Bento XVI e o primeiro-ministro vietnamita Nguyen Tan Dung confirmaram, nesta quinta-feira, no Vaticano, a aproximação entre Santa Sé e o Vietnã.

Em encontro histórico, o Vaticano saudou a presença das autoridades comunistas como “um passo novo e importante em direção à normalização das relações bilaterais” e um sinal da abertura “da liberdade religiosa para a Igreja Católica” no Vietnã.

A Igreja não anunciou o restabelecimento das relações diplomáticas entre as partes. No comunicado divulgado sobre os assuntos tratados no encontro, o Vaticano afirmou que “os problemas que subsistem” serão discutidos “nos canais existentes”. A delegação vietnamita não se pronunciou a respeito.

O Vaticano comemorou “o progresso concreto verificado nos últimos anos” e ainda a melhora nas condições da pequena comunidade católica naquele país, estimada em apenas 7% da população.

As relações diplomáticas entre Vaticano e Vietnã foram rompidas em 1954 com o norte vietnamita e em 1975 com o sul, depois da reunificação. A obediência dos católicos ao Papa ainda é vista por alguns como uma ameaça à supremacia do partido comunista no poder.

Depois dos anos do comunismo intransigente, a Igreja obteve mais espaços, mas aos poucos. São exemplos de tal aproximação a ordenação de 57 padres celebrada em Hanói, em novembro de 2005 e o grande número de religiosos mandados ao Vietnã para se encontrarem com autoridades locais.

Nesta fase de transição, os políticos vietnamitas vêem nas religiões uma possibilidade de paz. Alguns observadores acrescentam que a entrada do país na Organização Mundial do Comércio (OMC) poderia ser facilitada por uma atmosfera mais propícia à liberdade religiosa.

Fonte: AFP

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