O arcebispo emérito de Goiás, D. Tomás Balduíno, recebeu nesta sexta-feira em Coimbra o Prêmio Direitos do Homem da Fundação Mariana Seixas pelo trabalho em favor da causa dos sem-terra e dos indígenas no Brasil.

“É a causa que adquire um espaço, não é tanto a figura do velho bispo”, disse à Agência Lusa o prelado sobre o prêmio de direitos humanos “Dr. João Madeira Cardoso”, que recebeu em conjunto com o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), o médico angolano Fernando Nobre.

D. Tomás Balduíno, que renunciou ao episcopado em 1999, encara a homenagem como um resultado da sua ligação ao movimento dos sem-terra e da luta pelos direitos dos povos indígenas, causas que o mobilizaram durante décadas.

Para o conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra, a mobilização dos trabalhadores rurais e do movimento dos sem-terra não foi apenas de oposição à ditadura militar brasileira, mas se tornou também uma referência na luta contra o agronegócio.

Prêmio

O médico Fernando Nobre, que também foi homenageado, também é professor universitário e fundador da Assistência Médica Internacional, uma organização que se dedica à causa da cooperação e defesa dos direitos humanos.

“É reconfortante ver os esforços reconhecidos na defesa dos direitos humanos. Com toda a humildade, tenho feito algum esforço nesse sentido”, disse Fernando Nobre à Lusa, acrescentando que vai permanecer em defesa da causa.

Segundo o médico, após décadas da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que “são direitos sagrados”, os princípios continuam sendo violados, o que exige um esforço de todos na sua defesa e promoção.

Neste ano, a Fundação Mariana Seixas, de Viseu, em colaboração com o Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados, instituiu o Prêmio de Direitos do Homem “Dr. João Madeira Cardoso”, de caráter anual, no valor de 5 mil euros (R$ 12,8 mil) e para distinguir personalidades que desenvolvam ações nos países de língua portuguesa.

A Fundação Mariana Seixas se dedica principalmente à formação profissional e a iniciativas culturais. Além desta homenagem, a instituição promove o prêmio “Armando Almeida Fernandes”, sobre História Medieval, no valor de 3 mil euros (R$ 7,7 mil).

Fonte: Lusa

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