O presidente da Conferência Episcopal da turca, o italiano Luigi Padovese, morreu após ser atacado a facadas em sua residência hoje (03/6), informa a imprensa local. Bispo católico da Anatólia, ele foi encontrado gravemente ferido no jardim de sua casa em Iskenderun, uma cidade na província meridional de Hatay, e morreu pouco após ser levado a um hospital.

A primeira versão dos fatos divulgada pela imprensa turca indica que o bispo foi supostamente esfaqueado por seu motorista, sem determinar se houve motivos pessoais para o crime. A polícia deteve o suspeito e o submeterá a um interrogatório, segundo jornais locais.

Padovese era o vigário apostólico da Igreja Católica na Anatólia, um cargo criado há 10 anos e que atua em quase metade do território da Turquia, do Mar Negro ao Mediterrâneo.

Na província turca de Hatay, há uma pequena comunidade cristã que vive de forma pacífica com a maioria muçulmana. Essa comunidade é especialmente importante na tradição cristã porque é o lugar onde pela primeira vez os seguidores de Jesus foram definidos como cristãos.

O Vaticano está “desconcertado e muito dolorido” com o assassinato de Luigi Padovese, informou hoje o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, em declarações à Radio Vaticano.

“Trata-se de uma notícia horrível, que nos deixa profundamente desconcertados e, naturalmente, muito sentidos. Monsenhor Padovese foi uma pessoa que fez grandes méritos na transmissão do testemunho da vida da Igreja na Turquia – portanto, em situações também difíceis”, comentou Lombardi.

Outros ataques

Nos últimos anos, ocorreram diversos ataques a cristãos na Turquia. Um dos mais brutais foi o assassinato de três trabalhadores da paróquia de Zirve, cometido em 2007, em Malatya (leste). Os corpos das três vítimas foram encontrados degolados e amarrados. Anteriormente, em fevereiro de 2006, foi assassinado a tiros o sacerdote italiano Andrea Santoro em sua paróquia, na cidade turca de Trebisonda, nordeste do país.

Pavese declarou então que o assassinato do sacerdote, ocorrido em meio às críticas do mundo islâmico contra as caricaturas do profeta do Maomé, “não é uma casualidade”.

“O fato de que o assassinato tenha ocorrido agora não me parece uma casualidade. Aqui há um ambiente muito tenso e muitos islâmicos fanáticos”, indicou na ocasião Padovese.

Fonte: Opera Mundi

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