A divulgação de novos pecados capitais pelo Vaticano, no domingo, ainda causa estranheza na comunidade católica de Rio Preto e região.
O que surpreende padres e bispos é a falta de um comunicado oficial vindo dá Santa Sé. “Não recebemos e nem sabemos de nada”, afirma o bispo de Catanduva, Celso Queiroz.
O bispo, que foi vice presidente e secretário-geral da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), considera que houve precipitação no anúncio, que criou margem para interpretações. “Não avalio como novos pecados. Isso tudo sempre foi pecado. Pecado capital significa a raiz de todos os pecados”, afirmou o bispo ontem ao BOM DIA.
Pecado não se mede
Ao comentar os “novos” pecados capitais, que incluem ficar rico e poluir o meio ambiente, ele diz que o que muda é a noção que as pessoas têm sobre o que seja pecado. “Não se pode medir pecado com uma régua: maior ou menor. Não tem isso. O que existe é a interpretação que os cristãos dão para o pecado que pode ser minimizada de acordo com o momento.”
O bispo refere-se aos parâmetros de comparação do que seja pecado.
“As pessoas não se importam, por exemplo, com um país devastado pela guerra. Mas dão importância para assuntos ligados a sexo. Devastar com bombas é muito mais grave do que pensamentos sexuais”, diz.
O olhar da fé, para o bispo, é o que realmente im porta. “Não interessa se são sete ou 14 pecados. O que importa é o olhar da fé, e cada um tem o seu”, afirma.
Sem informação
Ao procurar os padres da Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida e da Catedral de São José, ambas em Rio Preto, o jornal Bom Dia foi informado de que eles não teriam conhecimento do assunto e que não receberam informe oficial. O bispo da diocese local, Paulo Mandes Peixoto, está viajando.
Fonte: Jornal Bom Dia S. J. Rio Preto