O bispo de East Anglia, no leste da Inglaterra, Michael Evans, afirmou hoje na Rádio Vaticano que existe um forte lobby dentro da Anistia Internacional (AI) para que o aborto seja reconhecido como um direito universal.
Evans anunciou ontem que retirava seu apoio à AI – com que colaborava há 31 anos – por causa da decisão da ONG de defender o direito das mulheres estupradas a interromper sua gravidez. “Atualmente, na lei internacional, não existe um direito ao aborto, e eles querem que seja reconhecido como direito universal”, afirmou Evans.
O bispo “suspeita” que a AI tomou esta decisão devido a que “existe um grupo de pessoas dentro da Anistia, e sobretudo na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, que fazem um forte lobby para que o aborto seja reconhecido em nível internacional”.
O prelado, de 55 anos, prevê que se a AI seguir por este caminho “seus membros se dividirão e todo seu trabalho será minado”. Ele acrescentou que durante a assembléia geral da ONG na Grã-Bretanha “apenas uma parte dos membros votou a favor” de apoiar o aborto em caso de estupro.
Evans elogiou a campanha da AI para ajudar as mulheres vítimas da violência, mas reiterou que “o modo de ajudar os que foram estupradas não é o de responder com outra violência contra o bebê que está dentro delas”.
A AI, em seu último comunicado sobre o tema, explica que “incorporou a sua política geral sobre os direitos sexuais e reprodutivos uma visão de aspectos específicos do aborto, sem promover o aborto como direito universal”. A decisão da ONG foi duramente rejeitada por Roma.
Na terça-feira, o secretário de Estado do Vaticano, Tarciso Bertone, afirmou que, mesmo no caso de estupro, a mulher não deve abortar, porque “é preciso salvar a vida, mesmo que esta seja fruto da violência”.
Fonte: EFE