Três bispos anglicanos em atividade e dois bispos aposentados vão passar a servir à Igreja Católica, informou o Vaticano nesta segunda-feira.

Os bispos estão deixando a Igreja Anglicana por divergências quanto à ordenação de homossexuais e mulheres, o que contraria os sacerdotes mais tradicionais.

Na tentativa de abrigar os descontentes com a Igreja Anglicana, a Santa Sé autorizou a adesão dos bispos anglicanos ao catolicismo, apesar de alguns serem casados e pais de família.

Em decisão de 2009, o Vaticano havia dito que padres anglicanos casados que queiram se converter terão seus pedidos analisados, caso a caso. Mas advertiu que isso não significava uma mudança na condição de celibato entre seus padres.

A Conferência de Bispos Católicos britânica disse que fará uma plenária no mês que vem para discutir a ordenação dos cinco anglicanos, mas já lhes deu as boas-vindas.

Já o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder espiritual da Igreja Anglicana, lamentou as renúncias dos bispos, mas desejou-lhes sorte “na próxima etapa de seu serviço à Igreja”.

Divergências

Robert Pigott, analista de assuntos religiosos da BBC, diz que a renúncia dos anglicanos não é surpreendente.

Os bispos em questão – Andrew Burnham, Keith Newton e John Broadhurst, em atividade, e Edwin Barnes e David Silk, aposentados – já cuidavam de paróquias “que não aceitavam a decisão de 1992 da Igreja de ordenar mulheres ao sacerdócio”, diz Pigott.

No entanto, como os bispos têm cargos de destaque na hierarquia da Igreja, sua decisão é um marco importante e pode influenciar a saída de outros sacerdotes.

Os tradicionalistas advogam que, segundo a crença de que Jesus escolheu homens para serem seus apóstolos – e, portanto, liderarem a Igreja -, as mulheres não podem cumprir esse papel.

Em entrevista à BBC, Burnham disse que a ordenação feminina era um ponto importante de discórdia, mas atribuiu sua decisão de “aceitar o convite do papa” por achar que a Igreja Anglicana está se afastando de seus princípios e “fazendo suas próprias regras”.

Em comunicado, os cinco bispos dissidentes haviam dito que repudiavam o “distanciamento” crescente entre anglicanos e católicos.

Fonte: Estadão

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