Os bispos estão preocupação com a reforma da legislação de bem-estar social que pretende limitar os auxílios recebidos por famílias necessitadas.

Um grupo de 18 bispos anglicanos do Reino Unido, entre eles o arcebispo de Canterbury, criticou os cortes sociais do governo britânico, “que podem empurrar milhares de crianças para a pobreza”, em carta aberta publicada neste domingo pelo jornal “The Guardian”.

Os bispos manifestaram preocupação com uma reforma da legislação de bem-estar social que será debatida no Parlamento britânico na segunda-feira e que pretende limitar a 500 libras (cerca de R$ 1,4 mil) por semana os auxílios recebidos por famílias necessitadas.

A carta, assinada entre outros pelo Arcebispo de Canterbury, máxima autoridade da Igreja da Inglaterra, afirma que a instituição tem “a obrigação moral de falar por aqueles que não têm voz” e qualifica o limite nos subsídios como “profundamente injusto”.

Os bispos pediram aos membros do governo que introduzam uma série de emendas à reforma da legislação para proteger as crianças de baixa renda, especialmente as que fazem parte de famílias numerosas e que vivem em grandes cidades.

A reforma da lei proposta pelo governo, que conta com bastante oposição entre os deputados, pretende limitar os subsídios semanais recebidos pelas famílias para que não superem a renda média dos trabalhadores.

O governo britânico, que calcula que a medida pode significar uma economia de 192 milhões de libras (aproximadamente R$ 537 milhões), considera ainda que é uma maneira de incentivar as pessoas para que trabalhem, em vez de dependerem da ajuda do Estado.

No entanto, a organização humanitária Children’s Society denunciou que esta reforma implicará na retirada de subsídios de 210 mil crianças e pode deixar 80 mil pessoas sem casa.

Os bispos anglicanos indicaram ainda que “sentem a obrigação de falar pelas crianças, que podem ter que enfrentar uma grave pobreza ou perder suas casas como resultado das opções ou circunstâncias de seus pais”.

O documento propõe que se faça uma diferenciação na hora de limitar os subsídios entre os lares nos quais vivem crianças e nos quais não, e conclui que os religiosos esperam que o governo “escute e leve em conta o pedido pelo bem dos mais vulneráveis da sociedade”.

[b]Fonte: EFE[/b]

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