A Igreja Católica francesa se manifestou nesta segunda-feira contra o polêmico projeto de lei sobre a imigração, denunciando “medidas cada vez mais restritivas” que são “concessões a uma opinião pública dominada pelo medo”.

Enquanto não houver uma “visão mediterrânea”, como a anunciada por Nicolas Sarkozy no dia de sua eleição, “as medidas cada vez mais restritivas adotadas contra os imigrantes serão consideradas concessões a uma opinião pública dominada pelo medo, mais do que pelas oportunidades que dá à globalização”, indicou a conferência dos bispos.

Os cristãos “rechaçam por princípio escolher entre bons ou maus imigrantes, entre clandestinos e legais”, ressaltaram os bispos.

“Felicitamos os parlamentares de correntes políticas diversas, tanto da Assembléia Nacional como no Senado, que se opuseram à imposição de exames genéticos para verificar os laços de família”, expressam os bispos.

Pois com esta medida “corre-se o risco de uma grave mudança em relação ao sentido do ser humano e da dignidade da família”, acrescentam.

Os bispos se “preocupam com as condições cada vez mais restritivas impostas para a reunificação familiar, que é um direito que deve continuar sendo respeitado” e se pronunciam pela “exigência em se manter um prazo suficiente para o direito de asilo, componente inalienável da herança republicana”.

O texto dos bispos é assinado pelo Monsenhor Olivier de Berranger, bispo de Saint-Denis e presidente da Comissão episcopal pela missão universal da Igreja e pelo Monsenhor Claude Schockert, bispo de Belfort-Montbéliard, responsável pela pastoral para os imigrantes.

Fonte: AFP

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