Os bispos católicos da América Latina iniciaram na terça-feira sua primeira reunião em Cuba, num sinal de melhora nas relações com o único país comunista da região.
Animados com a recente visita do papa Bento 16 ao Brasil, cerca de 70 bispos, sendo quatro cardeais e um representante do Vaticano, vão eleger os novos líderes da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam) durante os quatro dias do evento.
Uma fonte da Igreja disse que o mero fato de a reunião ocorrer em Havana já indica uma melhoria nas relações com o governo local, mas é também uma demonstração de apoio do clero latino-americano à Igreja cubana, única instituição importante da ilha que não é controlada pelo regime comunista.
“É claro que é um tapinha nas costas, significando que estamos aqui para acompanhar e encorajar a Igreja em Cuba”, disse o argentino Andrés Stanovnik, secretário-geral da Celam, em entrevista coletiva.
Padres foram expulsos da ilha depois da revolução de 1959, e durante décadas o ateísmo foi política oficial. Mas a Igreja cubana recebeu um grande impulso com a histórica visita do papa João Paulo 2o, em 1998. Os templos voltaram a encher, e o número de católicos praticantes se multiplicou.
Mas continuam proibidos a construção de novas igrejas, a ingerência católica na educação ou o acesso às transmissões de rádio.
Fonte: Reuters