O cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, aplaudiu a decisão dos bispos poloneses, de submeter o próprio passado, particularmente durante o antigo regime comunista, a exame.

O Cardeal Bertone sublinhou que a leitura da documentação dos arquivos da polícia secreta exige discernimento.

A decisão foi tomada durante a reunião extraordinária da Conferência Episcopal da Polônia, realizada na última sexta-feira, em Varsóvia.

A medida foi adotada em conseqüência da renúncia do arcebispo de Varsóvia, Dom Stanislaw Wielgus, no dia 7 de janeiro, após ter reconhecido sua colaboração com os serviços secretos polonês e soviético, nos tempos do antigo regime comunista.

A Conferência Episcopal deliberou a criação de comissões locais de investigação, em todas as dioceses do país. Em março, será criada outra Comissão Histórica Eclesiástica Nacional, da qual participarão, entre outros, historiadores e juristas.

O Instituto de Memória Nacional, encarregado de todos os arquivos, oferecerá sua ajuda. O resultado dos exames será enviado à Santa Sé, que dará a última palavra.

O núncio apostólico na Polônia, Dom Jozef Kowalczyk, anunciou, por sua vez, a aplicação de novos procedimentos para a nomeação de bispos no país. Numa entrevista à agência católica polonesa _ KAI _ o núncio declarou que, no futuro, e para evitar situações similares à ocorrida com Dom Wielgus, “serão analisadas as atas da polícia e dos serviços secretos comunistas sobre os candidatos a bispo, antes das respectivas nomeações”.

“Tenho que dizer que nem a Universidade Católica de Lublin, da qual Dom Wielgus foi reitor por 10 anos, nem a diocese de Plock, onde foi ordinário durante outros sete anos, nos informaram de nada; não havia a mínima suspeita” _ assinalou Dom Jozef Kowalczyk.

O núncio recordou que qualquer cidadão que souber da existência de impedimentos para que um determinado sacerdote possa ser nomeado bispo ou subir na hierarquia, deve avisar a Santa Sé, diretamente ou através da Nunciatura Apostólica.

Fonte: Rádio Vaticano

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