A Igreja Católica da China, subordinada ao governo de Pequim, realizou hoje a ordenação de novos bispos que não foram aprovados pelo Vaticano.

Segundo a agência de missionários católicos, um dos sacerdotes nomeados foi o novo bispo de Shantou, na província de Guangdong, Joseph Huang Bingzhang. A mesma fonte destacou que ao menos oito bispos obedientes ao Papa foram levados contra a vontade a Shantou para participar da cerimônia.

A nomeação aconteceu na catedral de San José e foi presidida pelo monsenhor Fang Xinyao, de Linyi, presidente da Igreja Patriótica, autoridade católica autorizada pelo governo chinês a realizar trabalho pastoral no país.

Quatro bispos reconhecidos pela liderança da Igreja Católica desapareceram na segunda-feira após serem levados pela polícia que, supostamente, forçou-os a participar da cerimônia.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que o episódio, com a participação de oito sacerdotes fiéis ao Papa, é algo que a Igreja tem visto com “dor e preocupação” porque é “um ato que vai contra a união da Igreja universal”.

No início de julho, a Santa Sé emitiu um comunicado no qual informava que os bispos ordenados sem a aprovação do Pontífice são automaticamente excomungados.

Ontem, o arcebispo emérito de Hong Kong, o cardeal Joseph Zen Ze-kiun, publicou em um jornal chinês um artigo com um “apelo urgente” para que o presidente Hu Jintao e o premier Wen Jiabao impedissem a ordenação para não prejudicar ainda mais as relações entre a China e Santa Sé, que estão interrompidas desde 1951, quando o governo chinês condenou a influência do Vaticano no país

Segundo Zen, esse é o terceiro caso recente de ordenação “ilegítima”. As outras nomeações foram registradas em 20 de novembro do ano passado e 29 de junho desse ano.

Na terça-feira, o porta-voz da Chancelaria chinesa, Hong Lei, esquivou-se dos questionamentos a respeito dos desaparecimentos, mas defendeu a ordenação à revelia do Vaticano, argumentando que isso é “uma demonstração da liberdade religiosa que existe na China”.

[b]Fonte: Ansa[/b]

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