Cena de comercial do Banco do Brasil, que foi tirado do ar - Reprodução
Cena de comercial do Banco do Brasil, que foi tirado do ar - Reprodução

Julio Wiziack e Gustavo Uribe
Folha de S. Paulo

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, acatou um pedido do presidente Jair Bolsonaro, demitiu um diretor do banco e mandou retirar do ar uma campanha publicitária dirigida ao público jovem com atores que representavam a “diversidade racial e sexual”.

No ar desde o início de abril, a propaganda foi suspensa no último dia 14 depois que o presidente assistiu ao filme.

No comercial, os atores são quase todos jovens, há mulheres e homens negros, e uma das personagens é transexual. Muitos aparecem com tatuagens e cabelos coloridos.

Bolsonaro ligou para Novaes solicitando não somente a retirada da campanha do ar como a demissão do diretor de marketing do Banco do Brasil, Delano Valentim.

O banco confirmou a ligação do presidente para Novaes e que o executivo do banco atendeu aos pedidos de Bolsonaro. O caso foi divulgado nesta quinta (25) pelo jornal O Globo.

Oficialmente, Novaes disse que foi “uma decisão de consenso”. 

Pessoas que acompanharam as discussões, no entanto, afirmam que o presidente do Banco do Brasil não tinha visto a campanha até a ligação de Bolsonaro.

Valentim entrou em férias logo depois que o vídeo foi retirado do ar.

Veja o comercial abaixo:

Este é o segundo episódio de ingerências do Palácio do Planalto no Banco do Brasil. Logo que assumiu o posto, Novaes nomeou como um de seus assessores pessoais Antônio Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. ​

Rossell Mourão era funcionário do banco há duas décadas, metade na área de agronegócio. Com a promoção, triplicou o salário para cerca de R$ 37 mil.

Novaes só conheceu o filho de Mourão durante a campanha.

Procurada, a assessoria do presidente Bolsonaro disse que não iria se manifestar.

Fonte: Folha de S. Paulo

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