O Brasil, o país que mais se acredita em Deus no mundo (89%) e quase 97% da população é cristã (IBGE), é também a segunda nação mais promíscua do mundo, segundo o Índice Global de Promiscuidade, uma pesquisa realizada em 45 países, pela empresa NapLab e divulgada esta semana. Em primeiro lugar está a Austrália.
O estudo levou em conta os seguintes requisitos: a idade média em que se perde a virgindade, o número médio de parceiros sexuais ao longo da vida, a taxa de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a porcentagem da população que considera o sexo antes do casamento aceitável e se a prostituição no país é legal ou não. O levantamento se baseou na coleta de vários dados, de diferentes fontes, por meio de taxas nacionais e entrevistas, que compuseram as estatísticas da pesquisa.
Dentro desses critérios, foi observado que, em média, os brasileiros perdem a virgindade aos 17 anos de idade e têm nove parceiros sexuais ao longo da vida. Na Turquia, por exemplo, são 14. Já o número de pessoas que contraíram algum tipo de DST no Brasil é de 31,746 para cada 100 mil habitantes e 61% aceitam o sexo antes do casamento. Na França, esse percentual é de 94%. Na contramão dessa tendência está a Índia, onde apenas 19% dos indianos aprovam o ato sexual antes do matrimônio.
“A maior parte dessa população se diz cristã apenas porque os avós eram, ou quem sabe, os pais. São cristãs apenas no nome, mas não são, de fato, praticantes daquilo que a Bíblia ensina. Muitas dessas pessoas imaginam que o cristianismo é apenas uma sugestão para um estilo de vida e não um ordenamento onde tenho que pautar a minha vida por isso”, ressalta o pastor e pedagogo, Alacy Mendes Barbosa, especialista em Psicologia Organizacional.
O pastor enfatiza que viver uma vida sem princípios pode gerar consequências piores do que se imagina. “Caso a pessoa já tenha um compromisso com alguém, a promiscuidade pode trazer complicações, dor e frustração. Outro problema é que você se expõe a doenças sexualmente transmissíveis, um risco para você e para as pessoas da sua família. Além disso pode gerar filhos que ficarão perdidos, muitas vezes, crescerão sem um pai, uma mãe, uma família”, alerta Barbosa.
Para o pastor, é fundamental que a igreja faça a sua parte e fortaleça ainda mais os valores familiares. “A igreja pode fortalecer as famílias, para que se evite entrar nessa estatística maldita. Orientar sobre esse assunto de uma forma equilibrada, respeitosa, amorosa para não afastar os jovens. Mostrá-los que os valores cristãos trarão segurança, tranquilidade e felicidade para a vida. Mas isso não é suficiente. Eles têm que ver esses princípios sendo vividos na prática, na vida da liderança”, afirma.
Promiscuidade como parte da cultura nacional
O pastor e jornalista Josué Ebenézer de Sousa Soares, da Comunidade Batista Atos 2 de Nova Friburgo (RJ), explica que o problema da promiscuidade no Brasil está diretamente ligado à história do país, que é pautada na sensualidade.
“Além da construção imagética de um país sensual, onde índios andavam nus e mulheres negras serviam de objeto aos senhores brancos, essa imagem foi reforçada nos estereótipos do carnaval e das praias, com suas mulheres em biquínis sumaríssimos. Os novos ares da religiosidade brasileira, propuseram uma transmutação de endereço, mas não de estilo de vida. O país se tornar mais evangélico não significou se tornar mais ético”, explica Soares.
Ele enfatiza que, além dos problemas emocionais e espirituais, a promiscuidade atinge a sociedade como um todo e impacta diretamente as famílias. “Há o esfacelamento dos pilares da sociedade e essa é uma bandeira dos movimentos socialistas e comunistas, sejam de que ordem forem, a medida em que almejam a desconstrução do já estabelecido, gerando o caos, onde pretendem exercer dominação. Onde há promiscuidade e subversão dos valores, a família, a igreja e a sociedade sofrem”, afirma.
Lutar para não ceder a primeira vez
O pastor Ebenézer alerta para que o cristão não ceda a “primeira vez”, principalmente diante dos colegas de trabalho ou de faculdade, pois caso aconteça, ele perderá o poder de testemunhar e entrará numa espiral descendente, naquilo que a Bíblia chama de “abismo que chama outro abismo” (Sl 42:7).
“O cristão precisa demarcar o território das suas vivências. Ele não admite certas piadas, conversas, bebidas e festas que vão contra os seus princípios. O Salmo 1 é exemplar para ilustrar essa questão. Lá o salmista deixa bem claro que o homem justo e que é um bem-aventurado, não anda, não se detém, nem se assenta com escarnecedores, homens ímpios e pecadores. É com muita fé e dependência de Deus que o cristão consegue se blindar das influências mundanas para a sua vida. Não é fácil, mas é possível”, orienta.
Informação e prevenção são fundamentais
O pastor afirma que a prevenção e a informação ainda são os melhores remédios contra a promiscuidade. “Ter um bom ministério com família, com líderes preparados que enfatizem a necessidade de relacionamentos saudáveis, casamentos abençoadores e famílias cristãs que funcionam debaixo da vontade de Deus, é o primeiro passo”.
E completa: “Promover palestras com educação temáticas abertas, objetivas, de todas essas questões que pululam no cotidiano: pornografia, drogas, promiscuidade, desvalorização dos valores cristãos, coisificação da mulher, mau uso da Internet são alguns dos temas que devem ser tratados e debatidos com rigor no ambiente eclesiástico visando ao aperfeiçoamento de todos”, finaliza.
Países mais promíscuos do mundo (pesquisa realizada em 45 países)
Austrália
Brasil
Grécia
Chile
Nova Zelândia
Alemanha
Itália
Suíça
Tailândia
África do Sul
Fonte: Comunhão e Extra