A pouco mais de um mês da visita que o papa Bento 16 fará ao Reino Unido, entre os dias 16 e 19 de setembro, crescem as preocupações quanto a possíveis ações de protesto contra a presença do pontífice no país.

Segundo a edição online do jornal “Daily Telegraph” deste sábado, o grupo Protest the Pope ameaçou impedir que o cortejo papal alcançasse um dos locais de Londres onde ocorrerão os eventos programados. As ameças foram feitas durante um encontro público do grupo.

Na reunião, os opositores à viagem explicaram que o chefe de Estado do Vaticano vai percorrer uma estreita rua suburbana para chegar ao campus da St Mary’s University College, onde falará a 3.500 estudantes sobre a importância da educação católica.

Um dos manifestantes assinalou que se o percurso for feito de carro, “aquela será uma ótima ocasião para bloquear a estrada”. “Organizemo-nos”, acrescentou ele, entre aplausos dos presentes.

Também um grupo de laicos e apoiadores dos direitos dos homossexuais planeja uma marcha pelo centro de Londres e uma manifestação no dia 18, quando Bento 16 fará uma vigília de oração no Hyde Park para 80 mil fieis.

De acordo com o jornal “The Independent”, os promotores do evento enfrentam ainda o problema dos custos da visita, já que faltam à Igreja Católica local doações de mais de 2,6 milhões de libras esterlinas (o equivalente a R$ 7,18 milhões) para cobrir o orçamento.

Oficialmente, a instituição religiosa precisa recolher ao todo 7 milhões de libras para financiar a parte “pastoral” da viagem, ou seja, os grandes eventos públicos previstos para Glasgow (no Parque Bellahouston), Londres e Birmingham (onde será realizada a beatificação do cardeal John Henry Newman, no Parque Cofton).

Fontes da organização relataram ao jornal, porém, que o custo final ficará próximo a 8 milhões de libras. Até agora, a Igreja britânica recolheu somente 5,1 milhões de libras, provenientes em grande parte de doadores privados e da sociedade.

Entre outras medidas, a decisão de instituir a cobrança de entrada para os três eventos ao ar livre que serão presididos pelo papa suscitou muitas discussões nas últimas semanas. A iniciativa teria como objetivo contribuir com os altos custos previstos.

A visita já vinha despertando polêmicas desde antes de seu anúncio oficial. Em fevereiro, o pontífice foi bastante criticado no Reino Unido ao se opor indiretamente à Equality Bill, lei que estava sob análise do Parlamento local na época e que dá direitos de igualdade a homossexuais.

Posteriormente, um documento secreto da chancelaria britânica com piadas sobre a viagem veio a público, com sugestões de que o líder máximo da Igreja Católica abençoasse um casamento gay, inaugurasse um departamento para abortos em um hospital e lançasse um novo tipo de preservativos com o nome de “Benedict” durante sua estadia.

As controvérsias saíam à tona no momento em que o Vaticano era alvo de inúmeras críticas devido às denúncias de pedofilia que envolviam o clero de diversas nações — inclusive o do Reino Unido. Ativistas ateus ameaçaram prender o pontífice assim que ele colocasse os pés no país, por considerarem-no responsável pelos crimes.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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