Beatriz, a “bruxa” foi considerada mandante do crime, realizado por meio de um ritual de “magia negra”.

Beatriz Cordeiro Abagge, 47, foi declarada culpada no Tribunal de Júri de Curitiba (PR), por volta das 17h de sábado, por homicídio triplamente qualificado, agravado pelo crime ter sido praticado contra menor de 14 anos. Foram quatro votos contra três do júri popular.

Condenada a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte de Evandro Ramos Caetano, 6, em 1992, na cidade de Guaratuba (litoral do Paraná), ela ainda pode entrar com recurso dentro de cinco dias e aguardar a decisão em liberdade.

Como Beatriz já cumpriu um sexto da pena –ficou cinco anos presa–, tem direito ao regime semiaberto; aquele que permite que os detentos trabalhem durante o dia e só passem a noite na prisão. Se cumprir mais um sexto nesse regime, pode progredir para o regime aberto.

A mãe de Beatriz não foi julgada por ter mais de 70 anos. Desta idade para cima, a prescrição do crime cai para dez anos.

Após a sentença, os pais de Evandro, Maria e Ademir Caetano, disseram que a justiça foi feita.

O julgamento começou na sexta-feira (27) e retomado no sábado (28), quando foi dada a sentença. Após o veredicto, os advogados de defesa disseram que vão pedir a anulação do julgamento.

Um dos motivos seria o fato de ter ocorrido em Curitiba e não em São José dos Pinhais, que é a comarca que pertence Guaratuba. Beatriz saiu do Tribunal afirmando ser inocente.

[b]MANDANTE[/b]

Beatriz foi considerada mandante do crime, realizado por meio de um ritual de “magia negra”. A vítima, o menino Evandro, desapareceu em abril de 1992 quando ia para escola.

Segundo o promotor de Justiça Paulo Sérgio Markowisz de Lima, o corpo do menino foi encontrado cinco dias depois com lesões semelhantes às percebidas em sacrifícios de animais, como amputação de membros e retirada do coração.

No primeiro julgamento que aconteceu em 1998, Beatriz e a mãe, Celina, haviam sido absolvidas no que foi então o júri mais longo da história do país –durou 34 dias.

No entanto, o Ministério Público recorreu da decisão e conseguiu, através do STF (Supremo Tribunal Federal), um novo julgamento.

As duas, além de outros cinco acusados, confessaram o crime na época e disseram que haviam matado o garoto para obter “fortuna e justiça”, mas depois afirmaram que só o fizeram porque foram torturadas. Aldo Abagge teve a casa depredada e foi cassado. Beatriz e Celina passaram quatro anos presas.

Em 2004, o pai de santo Osvaldo Marcineiro e os ajudantes Vicente de Paula Ferreira e David dos Santos Soares foram condenados pelo crime, com penas entre 18 e 20 anos de prisão. Já Airton Bardelli e Francisco Cristofolini foram absolvidos em 2005.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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