Legislação americana garante que os empregadores devem respeitar as práticas religiosas de seus empregados, desde que elas não causem “grandes dificuldades”.
Ashanti McShan tinha 17 anos de idade quando conseguiu um emprego no Burger King. Mas no seu primeiro dia de trabalho ela foi demitida. O motivo? O gerente teria dito que a adolescente seria obrigada a vestir as calças do uniforme.
Por causa de sua fé cristã pentecostal, McShan disse que só poderia usar saia. Como o gerente não concordou, ela agora entrou com um processo por discriminação religiosa no Equal Employment Opportunity Commission.
McShan diz que ela explicou em sua primeira entrevista de emprego no Burger King, em 2010, que suas crenças religiosas exigem que ela siga as Escrituras, o que significava que uma mulher só pode usar saias ou vestidos, nunca calças. Ele usou como justificativa o versículo de Deuteronômio 22:5: “A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o Senhor, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede”.
Seu entrevistador na ocasião, gerente da franquia local, disse a ela que era possível usar saia e a contratou como caixa. Mas quando McShan apareceu para trabalhar num Burger King de Grand Prairie, Texas, o gerente tinha uma opinião diferente. McShan contatou o entrevistador inicial, mas a empresa nunca a chamou de volta, de acordo com o advogado da jovem, Meaghan Shepard. Sendo assim, o processo alega que “Ela ficou sem ter para onde ir, e sem emprego”.
A legislação americana garante que os empregadores devem respeitar as práticas religiosas de seus empregados, desde que elas não causem “grandes dificuldades”.
Uma exceção no código de vestimenta é o segundo pedido mais comum que os funcionários religiosos fazem, relata o jornal The Washington Times. A primeira é dispensa para celebrarem os feriados religiosos”.
Quando se trata de discriminação racial ou de assédio sexual, “muitas vezes há simples maldade ou raiva,” diz Shephard. Mas, em casos religiosos muitas vezes é ignorância pura e simples do que a outra pessoa acredita e desrespeito por isso.
O advogado Shephard acrescenta que está particularmente impressionado com o caso de McShan, porque o incidente teria mudado “a forma como ela olha para o mundo”. Afinal, “Ela nunca imaginou que as pessoas iriam julgá-la por algo assim”. Isso abalou o psicológico de sua cliente, mas não sua fé, ele garante.
A maioria destas questões geralmente envolvem apenas muçulmanos. Há vários registros de mulheres que foram proibidas de trabalhar por causa do lenço que cobre seus cabelos, o hijab.
Mas os casos envolvendo cristãos acabam chamando mais atenção por eles serem a maioria da população. Em 2008, uma outra cristã pentecostal apresentou uma queixa muito semelhante ao que alega o processo de McShan contra o Burger King. O motivo seria o código de vestimenta da empresa de transportes de suas cidade a proibiria de usar saias. Na ocasião, ela venceu e ganhou mais de 47.000 dólares.
[b]Fonte: Gospel Prime – Traduzido e adaptado de AOL[/b]