Organização da prova obrigou o grupo, que não se declarou sabático, a esperar até 18 horas; assessoria de imprensa do Inep afirmou que vai apurar o caso.

Houve confusão na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na capital cearense nesse sábado, 26. Na noite do primeiro dia de provas (Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias) cerca de 50 candidatos que não se declararam sabatistas tiveram que fazer o exame com os sabatistas (só trabalham ou estudam após o por do sol por convicção religiosa aos sábados) no Colégio Estadual Liceu do Ceará.

No Ceará 4.471 dos 495 mil candidatos se declararam sabatistas e fizeram as provas a partir de 18 horas (horário local), mas tiveram que ingressar no Liceu ao meio dia como os demais candidatos não sabatistas. O tumulto começou porque a organização do Enem no Liceu obrigou os 50 que não se declararam sabatistas a esperar até 18 horas para se submeter às provas.

Alguns desistiram e foram embora alegando que estavam sem almoçar. Leila Sousa, de 43 anos, mãe de uma candidata de 18 anos, insistiu até conseguir entregar o almoço para a filha, confinada por seis horas até começarem as provas. “Somos católicas e fomos obrigados a seguir as regras do pessoal da Igreja Adventista do Sétima Dia. Isso é um sacrilégio”, lamentou Leila, que não arredou o pé até a filha deixar o Enem, por volta das 22 horas, após 10 horas de ter ingressado no Liceu.

O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), através de sua assessoria de imprensa, informou que vai investigar o acontecido no Liceu do Ceará para tomar as providências.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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