Reverendo anglicano Bernard Randall
Reverendo anglicano Bernard Randall

O capelão Bernard Randall, 49 anos, que vive em Derbyshire, na Inglaterra, foi forçado a deixar seu emprego após ter pregado contra o casamento gay. Ele foi denunciado pelo Trent College — uma escola da CofE — ao órgão de vigilância antiterrorista do governo.

A CofE (Church of England) é a Igreja na Inglaterra representada pela Comunhão Anglicana Internacional.

As questões abordadas por Randall sobre identidade o colocaram na mira das autoridades eclesiásticas, que o consideraram “um risco para as crianças”, conforme a equipe da Diocese de Derby.

Houve uma audiência no Tribunal de Trabalho, onde o capelão cristão foi informado que deveria deixar o cargo. Ele está sendo representado legalmente pelo Christian Legal Centre — organização que apoia cristãos em questões judiciais no Reino Unido.

De acordo com o Christian Concern, o sermão do capelão tratou cuidadosamente sobre o ponto de vista cristão quanto às questões de identidade — homem e mulher — conforme as Escrituras.

“Não acredito que um sermão possa representar algum perigo. Eu não acho que o que disse estava errado. Eu certamente não fiz ataques pessoais”, disse o capelão.

Randall, que é ex-capelão da Universidade de Cambridge, já havia falado sobre suas preocupações quanto à militância de grupos LGBT, que incentivam funcionários da faculdade a “gritar contra a heteronormatividade”.

O termo aponta para o pensamento comum de que só existem dois gêneros: masculino e feminino. Aqueles que vão contra esse pensamento costumam dizer que é uma “imposição social” para que as pessoas se comportem de acordo com seus papéis, ou seja, como homem ou mulher.

Enquanto Randall estava sendo investigado sobre seu sermão “considerado ofensivo”, ele se defendeu repetidas vezes apontando que suas crenças sobre casamento e sexualidade humana eram baseados na liturgia pública do CofE e na Bíblia.

Ele lembrou também que na Lei Canônica, onde os cristãos da Igreja Anglicana se debruçam com relação à fé, está escrito que “a união permanente e vitalícia, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe” se refere à união de um homem com uma mulher.

Depois das investigações, os relatórios finais descobriram que Randall não havia feito nada de errado. Porém, e-mails trocados internamente entre o Trent College e a Diocese de Derby, revelaram que ambos estavam colaborando para que Randall não pudesse mais atuar na região.

“Infelizmente, o CofE parece se importar mais com sua reputação no mundo secular do que com sua liderança espiritual”, lamentou o capelão.

Os advogados de Randall vão argumentar que os eventos que se seguiram revelaram uma campanha de assédio contra ele, envolvendo suposições estereotipadas de que “um líder religioso mantendo suas crenças era um risco para crianças”.

Até o momento, o capelão não foi readmitido ao seu antigo cargo no Trent College. Enquanto isso, advogados estão levantando outros episódios, como por exemplo, quando Randall foi informado, em julho de 2021, que deveria passar por um psicólogo para avaliação.

A psicóloga escolhida especializou-se na avaliação de “agressores sexuais”. Ele se recusou a passar pela consulta, pois o processo exigiria que ele aceitasse irregularidades.

Vale citar também que, ao longo da investigação da Diocese de Derby, houve a ausência de qualquer evidência de que Randall tenha se comportado de forma inadequada em suas relações com alguém.

A autoridade local indicou que não havia motivo para preocupação e não havia evidência de comportamento inadequado em relação ao seu ministério pastoral durante seu tempo no Trent College ou anteriormente.

“Foi uma experiência hostil, traumática e profundamente estressante. Sempre fui tão leal à Igreja, mas infelizmente isso não foi correspondido. Jesus não prometeu uma vida fácil”, concluiu o capelão.

Fonte: Guia-me com informações de Christian Concern

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