Padre Luiz ficou no comando da Paróquia Sagrada Família por 15 anos. Além de ser afastado, ele foi proibido de celebrar missas no retiro onde está.
“Ficamos órfãos”, lamenta a psicóloga Leane da Silva, uma das fiéis católicas de Goiânia que pedem, há alguns meses, a volta do padre Luiz Augusto para o comando da Paróquia Sagrada Família, na Vila Canaã. O pároco, afastado em maio do ano passado, esteve à frente da igreja por 15 anos e é famoso por atrair multidões para suas missas. Atualmente, ele está em um retiro, praticamente sem contato com o mundo exterior. A TV Anhanguera o visitou. Ao ser perguntado se estava feliz, ele apenas sorriu.
Segundo o padre auxiliar da Sagrada Família, Moisés Bezerra da Silva, a mudança aconteceu porque estava na hora. “O código de direito canônico fala que de cinco em cinco anos o padre tem que ser transferido de uma paróquia para outra. Infelizmente aconteceu algo não muito comum, que foi ele ficar 15 anos em apenas uma. Por várias razões, não se sabe quais, o bispo deixou ele ficar aqui, mas o normal são cinco anos”, explica.
Mesmo sabendo o que determina o código do direito canônico, alguns levantam suspeitas sobre a razão do afastamento. “O jeito dele de ministrar, de pregar a palavra de Deus, parece que incomoda um pouco”, acredita o fotógrafo Bruno Karim.
[b]Proibição[/b]
Quando chegou ao retiro, padre Luiz passou a celebrar missas em um grande galpão levantado em apenas dez dias com o dinheiro de doações de fiéis. Cerca de quatro mil pessoas compareciam para acompanhar as celebrações. Porém, uma nova ordem determinou que as missas fossem restritas aos moradores de uma pequena comunidade da região, onde vivem cerca de 20 pessoas.
Os seguidores chegaram a fazer um abaixo assinado pedindo a volta das missas e comunidades foram criadas na internet pedindo a volta do padre. “Ele foi proibido agora de tudo. De celebrar missas, batizados e casamentos. A gente não tem mais contato com ele”, reclama a odontóloga Soraya Porto.
Em um comunicado, a arquidiocese de Goiânia informou que a comunidade onde padre Luiz está não é uma paróquia, por esse motivo as missas foram suspensas. “O que acontece é uma restrição a celebrações com o povo, com pessoas que não são membros efetivos dessa comunidade, uma vez que o trabalho que ele [padre Luiz] desempenha nesse lugar não prevê um trabalho paroquial, mas sim uma espécie de capelania”, explica o assessor de comunicação da Cúria Metropolitana, Arthur da Silva Freitas.
[b]Castigo[/b]
Sobre as suspeitas dos fiéis, Arthur da Silva ressalta também que o afastamento não é um castigo: “Isso não é castigo porque não existe nenhum tipo de escândalo ou punição que o padre precisa receber, já que ele não fez nada que exigisse uma espécie de castigo ou punição”.
A arquidiocesse informou que não há previsão da volta dele para alguma igreja. Enquanto isso, fiéis continuam esperando a volta do padre. “Essa esperança ainda continua. Eu tenho fé em Deus que ele vai voltar”, espera a dona de casa Zilah de Fátima Sebba.
[b]Fonte: G1[/b]