Falta dinheiro para investimentos na área social, enquanto recursos públicos são desviados para contas de terceiros, é o recado da Carta Aberta da Igreja Católica do Rio Grande do Sul frente à denúncia de corrupção em organismos do Estado apontada pela Polícia Federal. O manifesto pede “medidas punitivas e reparadoras de tais atos que ferem a credibilidade na gestão pública”.

A Operação Rodin, da Polícia Federal, detectou o desvio de 44 milhões de reais (cerca de 25,8 milhões de dólares) do Departamento de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul para bolsos ainda não-identificados. A crise entrou no gabinete da governadora Yeda Crusius, na sexta-feira, 6, quando foi divulgada conversa gravada pelo vice-governador, Paulo Feijó, com o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto.

Na fita, entregue por Feijó à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as denúncias reveladas pela Operação Rodin, Busatto afirmou que organismos públicos, como o Detran e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), foram fontes de financiamento para todos os governadores do Estado. Busatto também justificou o loteamento de cargos para partidos da base aliada, pois essa seria a única maneira de assegurar maioria no Parlamento. Desde a posse, Feijó está em confronto com a governadora.

“Não é de agora a corrupção existente no aparelho estatal da sociedade brasileira”, que corrói o tecido social e inviabiliza a vida de excluídos. “Não basta a purificação dos costumes políticos. É preciso apontar a origem da corrupção. Ela está na ganância e no poder político e econômico. É necessário responsabilizar os corruptos e os corruptores”, pede a carta da Igreja Católica do Rio Grande do Sul.

Leigos, religiosos, diáconos padres e bispos reunidos no final de semana em Porto Alegre na 5ª Assembléia da Ação Evangelizadora da Igreja Católica do Rio Grande do Sul lamentam, nesse cenário de corrupção, a pouca aplicação de recursos para investimentos na área social, como hospitais, escolas, presídios, pequenos agricultores, população indígena e quilombola.

A Carta dos católicos conclama a sociedade gaúcha para que participe da coleta de assinaturas pela aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que pretende impedir a candidatura de pessoas com pendênci

Fonte: ALC

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