Um prelado do Vaticano comemorou nesta quarta-feira os indícios de que possa haver uma alternativa de pesquisa para a criação de células-tronco, a partir da pele, anunciada por cientistas japoneses e americanos.
Segundo ele, a técnica “não parece colocar problemas éticos”, ao contrário da pesquisa com o uso de embriões.
“A nova pesquisa que se apresenta não parece levantar problemas éticos”, declarou o monsenhor Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifical para a Vida, à agência de notícias religiosas I-Media.
A Igreja Católica “não se preocupa com processos técnicos, ela destaca apenas se um procedimento lesa ou não a dignidade humana. De resto, a ciência tem a liberdade de pesquisar”, acrescentou Sgreccia.
É em nome do princípio do respeito da dignidade humana que a igreja “sempre sustentou a ilegitimidade da clonagem humana e combateu a destruição de células-tronco embrionárias”, disse o prelado. “Não podemos salvar a vida de uma pessoa matando outra. Isso é maquiavelismo ético”, frisou.
Segundo o monsenhor Sgreccia, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka, cuja equipe conseguiu criar células-tronco a partir de 5.000 células, “participou no ano passado dos trabalhos da Academia para a Vida, aqui, no Vaticano”.
“No momento atual, tomamos seu processo como lícito, sob reserva de verificações posteriores”, afirmou Sgreccia.
Saída
A nova técnica, caso aperfeiçoada, poderia permitir que os cientistas criem células-tronco com um código genético específico do paciente, eliminando o risco de rejeição que pode ocorrer no caso do uso de células obtidas por meio de embriões.
As células-tronco tem sido consideradas uma das maiores esperanças da medicina, dado que podem se transformar em mais de 220 tipos de células do corpo humano.
Fonte: Folha Online