Um estudo realizado na Europa concluiu que a religiosidade está presente em 74% dos habitantes do continente. Metade dos inquiridos declarou ter alguma prática religiosa, na maioria casual e apenas individual, ao passo que 15% declararam não ter qualquer princípio religioso.

As conclusões deste inquérito estiveram na base das questões colocadas pelos intervenientes no 25.º Colóquio Europeu de Paróquias, que decorreu na cidade belga de Mons, entre 5 e 10 de Julho.

Porque transmitir a fé? Como fazer chegar Jesus Cristo a pessoas que já vivem alguma religiosidade? A resposta a estas perguntas começou a ser dada por André Fossion: “A graça de Deus é transbordante, sem limites. Ultrapassa-nos. Não a podemos medir. É amor…”. “Se Ele nos deu o seu Filho, como não há de dar-nos todas as coisas?”

A transmissão da fé encontra a sua motivação mais profunda na experiência do amor de Deus pela humanidade. Quem vive uma relação intensa de comunhão com Deus, ama o mundo com os mesmos sentimentos divinos, pelo que não o pode condenar pela sua incredulidade.

A evangelização baseia-se em três fontes: a mensagem anunciada por Jesus; a cultura, que deve muito das suas ideias básicas ao cristianismo, nomeadamente na definição dos conceitos de «sujeito» e «liberdade»; e a história de cada pessoa, que apesar de todos os erros, não deixa de manifestar a relação entre Deus e a humanidade.

Se os pais continuam a pedir o Batismo para os filhos, mesmo num mundo secularizado, essa é ocasião propícia para dar razões da fé, para acompanhar os pais antes e depois desse sacramento, referiu Serena Nocetti, Professora de Eclesiologia.

Foi extraordinária a forma como Lode Aerts, jovem Vigário Geral de Gand, Bélgica, falou da transmissão da fé aos jovens, sobretudo através das celebrações litúrgicas. Como exemplo, apontou os encontros de Taizé, em que a Palavra de Deus meditada e os Salmos cantados repetidamente criam um ambiente de comunhão entre os participantes e com Deus.

O “apelo” divino a Abraão, a Moisés e aos profetas lembra que todo o cristão é igualmente chamado por Deus. Cada membro da Igreja, de acordo com o seu estado e função, participa no sacerdócio de Cristo, isto é, oferece-lhe o seu esforço diário para alcançar a santidade, e pede, em oração, para que o mundo fique cada vez mais semelhante ao projeto divino.

Por outro lado, o matrimônio é o sinal mais visível da aliança de amor entre Deus e os homens. Citando uma mulher hassídica: “O casamento é uma instituição mais santa do que a Lei judaica”.

Fonte: Agencia Ecclesia

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