A chanceler alemã Angela Merkel saudou na quinta-feira a decisão do Vaticano de exigir uma retratação do bispo que nega o Holocausto. Segundo ela, esse foi um sinal bom e importante.
Merkel, que havia criticado o papa alemão esta semana por reabilitar quatro bispos, incluindo o que nega a extensão do Holocausto, disse estar satisfeita que o Vaticano tenha deixado claro que a negação do Holocausto não pode ser permitida.
“A ordem do Vaticano é um sinal bom e importante. Ela deixa claro que a negação ao Holocausto não pode acontecer sem conseqüências.”
“As relações entre as comunidades judaicas e as igrejas católicas podem prosperar somente sem a negação do Holocausto e sem anti-semitismo”, disse ela, cujo cargo equivale ao de primeira-ministra, em uma entrevista coletiva ao ser questionada sobre o assunto.
“E isso é o que todos queremos – boas relações…então acho que fizemos progresso”, disse Merkel, que é filha de um pastor protestante.
No mês passado, o papa recebeu muitas críticas de grupos judaicos e de outros, incluindo bispos da Alemanha, quando decidiu suspender a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas.
O mais controverso deles é Richard Williamson, nascido na Grã-Bretanha, que nega a existência das câmaras de gás e diz que apenas 300 mil pessoas morreram nos campos de concentração.
Os nazistas mataram seis milhões de judeus europeus no Holocausto.
Na terça-feira, Merkel fizera uma rara crítica ao Vaticano, dizendo que essa era uma questão fundamental se, como resultado de sua decisão, o Vaticano desse a impressão que o Holocausto poderia ser negado.
O Vaticano rapidamente divulgou um comunicado afirmando que o papa condenou a negação do Holocausto em discursos passados e em sua audiência geral na semana passada.
Fonte: Reuters