A China disse neste sábado que as portas para um diálogo com o Dalai Lama continuam abertas, depois do fracasso da mais recente rodada de negociações com enviados do líder espiritual tibetano.
Porém, Nima Ciren, vice-presidente do governo da Região Autônoma do Tibete, insistiu que o Dalai Lama teria que primeiro reconhecer que o Tibete é parte da China e abandonar atividades “separatistas”.
“Houve 20 grupos de pessoas vindo ao Tibete ou à região do Tibete para negociações desde 1979, incluindo o irmão e a irmã do Dalai Lama e alguns de seus aliados mais próximos”, disse Nima Ciren em uma entrevista à imprensa na principal cidade do Tibete, Lhasa.
“Posso dizer que o canal para as negociações com o Dalai Lama está aberto.”
Mas ele acrescentou: “Tudo depende da atitude do Dalai Lama, se ele estiver disposto a desistir da independência do Tibete, se ele estiver disposto a dar fim a seus atos de sabotagem.”
Nima Ciren disse: “Sua posição vem sendo moderada, mas não houve mudanças substanciais. Ele pediu a retirada do povo han e de outros grupos minoritários do Tibete, e a retirada do Exército daquela região. O que isso significa?”
Pequim e enviados do Dalai Lama, que fugiram do Tibete em 1959 depois de uma revolta fracassada contra o domínio chinês, estão realizando negociações vagarosas desde 1979. A sexta rodada de contatos desde 2002 terminou este mês sem nenhum progresso aparente.
O Dalai Lama disse que quer maior autonomia para a região, não independência, mas a China continua a considerá-lo como um separatista.
Nima Ciren disse que o menino escolhido pelo Dalai Lama como Panchen Lama, o segundo mais importante líder espiritual do Tibete, está estudando no ensino médio no Tibete e havia pedido para viver uma vida normal, sem envolvimento na política.
“O menino está crescendo rapidamente e está bem. Algumas de suas irmãs frequentam a faculdade e outras trabalham. Ele espera não ser perturbado”, disse Nima Ciren.
Grupos de direitos humanos disseram que o menino está em prisão domiciliar desde 1995, quando tinha 6 anos de idade.
Fonte: Reuters