A passagem do ciclone Idai provocou destruição e mais de 215 mortes em Moçambique, Zimbábue e Malawi, informou a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) nesta segunda-feira (18).
Segundo autoridades locais, o número de mortos pode aumentar.
O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse à rádio estatal de Moçambique, que mais de mil pessoas podem ter sido mortas pelo ciclone Idai, o que muitos dizem ser o pior em mais de 20 anos.
“Parece que podemos registrar mais de 1000 mortes”, disse Nyusi, acrescentando que mais de 100 mil pessoas correm risco de vida.
“As águas dos rios Pungué e Buzi transbordaram, fazendo com que aldeias inteiras desapareçam e isolando comunidades, e os corpos estão flutuando”, disse Nyusi. “É um verdadeiro desastre de grandes proporções.”
Nyusi falou depois de voar de helicóptero sobre a cidade portuária de Beira e as províncias rurais de Manica e Sofala, nas quais assistiu a inundações generalizadas e devastação.
Outras autoridades em serviços de emergência alertaram que, embora esperem que o número de mortos aumente significativamente, não têm como saber se atingirá a estimativa do presidente de 1.000.
A Cruz Vermelha disse que 90 por cento da Beira, uma cidade de 500.000 habitantes, foram danificados ou destruídos.
Beira foi severamente golpeada pelo ciclone que cortou a eletricidade, forçou o aeroporto a fechar e fechou o acesso rodoviário à cidade, disse na segunda-feira a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
“A situação é terrível. A escala de devastação é enorme. Parece que 90% da área está completamente destruída”, disse Jamie LeSueur, que liderou uma avaliação aérea da Cruz Vermelha da cidade. A equipe teve que ver a cidade de helicóptero porque as estradas foram inundadas, disse ele.
O principal centro de apoio da Missão Mãos Estendidas (MME), localizado em Beira, foi completamente devastado. Devido às linhas de comunicação cortadas e estradas destruídas, ainda não há informações detalhadas sobre os estragos.
“Nossa sede em Moçambique, que foi construída com uma estrutura resistente, foi destruída. É incrível a forma como o vento derrubou uma parede inteira com todo o telhado”, disse Elias Caetano, diretor da MME, em entrevista ao Guiame.
A MME tem mais de 350 centros infantis e igrejas espalhados pela África. Dentre eles, pelo menos 340 estão espalhados pelos três países afetados pelo ciclone. As crianças são pelo menos um terço das pessoas desabrigadas.
As agências da ONU e a Cruz Vermelha estão ajudando nos esforços de resgate que incluem o fornecimento de suprimentos de alimentos e remédios por helicóptero nos países empobrecidos.
Doações para a África
De acordo com Elias, existem três necessidades mais urgentes: alimentação, remédios e reconstrução.
“Nós atendemos as pessoas que moram nas zonas rurais, onde plantam apenas para subsistência. Nessas enchentes, eles acabam perdendo tudo e precisam de alimentação, além de medicamento — muitos foram feridos nas quedas das casas”, explicou.
“Também precisamos trabalhar na reconstrução, porque as pessoas ficaram sem teto. Nossos centros serviam de abrigo para as pessoas, mas nossos prédios também caíram. Necessitamos urgentemente de recursos”, completou.
O foco do trabalho da MME é com as pessoas que vivem em extrema pobreza. Elias conta que, diante de tragédias como esta, muitos sentem-se aliviados por poder contar com as doações.
“Nossa percepção é que eles sentem-se apoiados. Eles têm uma reação muito positiva diante dessa questão. Muitos deles repartem o pouco que ganham com outros da sua comunidade”, relata Elias.
“Os pastores têm clamado bastante por oração, eles estão perplexos. Mas é como foi dito na Bíblia pelo apóstolo Paulo: ‘perplexos, mas não desanimados’. Apesar da falta de condição, eles estão gratos a Deus por estarem vivos”, observou Elias.
Como ajudar?
Para ajudar a Missão Mãos Estendidas a enviar ajuda humanitária para a África, envie sua doação para as contas bancárias abaixo:
Fonte: Guia-me e CBN News