O bispo dom Antônio Augusto Dias Duarte diz que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançará a campanha do ano que vem com o tema sobre violência após analisar a realidade social do País.
Para o religioso, o ponto é importante pois diz respeito a uma questão em que a sociedade e o Estado ainda não avançaram.
“Tivemos melhorias em setores da saúde pública, como a vacinação, e o tratamento de doenças infecciosas que antes eram causa de mortalidade”, lembra dom Antônio. “Talvez ainda não tenhamos criado boas condições para combater a miséria e epidemias, como a febre amarela ou a dengue.”
No ano que vem, conta, a intenção é alertar sobre o crescimento da violência urbana.
“Se este ano a Igreja Católica conseguir com que os políticos trabalhem para a defesa da vida, acredito que teremos uma maior conscientização a respeito da promoção de políticas de segurança pública para evitar a perda de vida dos jovens e combater o tráfico de drogas, gerador da violência”, acredita o bispo.
Maria Berenice Dias acredita que a influência da Igreja só se justifica por o Brasil ser um país ainda em desenvolvimento:
“Em nações mais desenvolvidas, a religião não fala tão alto assim”, protesta. “Na própria Itália, por exemplo, o aborto é permitido. Essa política da Igreja só pode ser justificada pela miséria em que a sociedade se encontra.”
Dom Augusto explica que quando aproxima-se uma eleição, a Igreja Católica “cumpre seu papel de formar a consciência dos eleitores para que possam escolher quem fará um bom trabalho”.
“Vamos orientar os católicos a votarem nos candidatos à prefeitura que defenderão a vida, como nós”, admite o bispo. “A Igreja quer formar um tipo de consciência para que representantes se interessem pelo ser humano.”
Para Maria Berenice, há interesses maiores do que simplesmente lutar por manter os valores morais religiosos:
“A intenção é priorizar e manter o alto índice de natalidade, para aumentar o número de adeptos, as ovelhas do rebanho. A Igreja é a base da miséria. Quanto mais pobre um povo, mais religioso ele é. Infelizmente, é a única saída que algumas pessoas têm. Ou acreditam num outro mundo, longe do real, ou dão um tiro na cabeça.”
Fonte: JB Online