Assembleia geral da CNBB, em outubro, vai discutir a queda no número de fieis da Igreja Católica apontada pelo Censo 2010 do IBGE.

A assembleia geral da Regional Leste I da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontecerá nos dias 26 e 27 de outubro, vai discutir a queda de quase 13% – ou mais de 1,6 milhões de pessoas – no número de fieis da Igreja Católica apontada pelo Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O bispo da Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda, Dom Francisco Biasin, afirmou, porém, que esta diminuição está ocorrendo em todas as religiões, e não apenas na católica.

– Recentemente participei de um encontro religioso em Brasília onde a questão da religiosidade foi abordada, principalmente a respeito do aumento ou não de fiéis dentro da Igreja. Temos que fazer uma reavaliação dessas informações, que podem ser superficiais. Também está havendo uma diminuição em outras denominações religiosas, o que tem crescido é o número de pessoas sem religião – argumenta.

O coordenador da Pastoral da Juventude, Pedro Paulo, também é outro a acreditar apenas no aumento de pessoas sem religião.

– Não acredito [na diminuição do número de católicos], porque observo entre os jovens a adesão por parte deles junto a grupos religiosos dentro das comunidades. No último Encontro Nacional da Juventude, realizado em outubro de 2011 na Ilha São João, tivemos cerca de oito mil jovens de diversas localidades, e acredito que este número vai aumentar no próximo evento – disse ele.

O padre Juarez Sampaio, coordenador do Movimento Resgate da Paz e pároco da Igreja de São Sebastião, no Retiro, acredita que esta diminuição vem ocorrendo porque, antigamente, muitos católicos eram assim classificados por terem sido batizados pelos pais apesar de não seguirem na fé. Hoje, com o advento de novas igrejas evangélicas, as pessoas têm mais opções.

– Outro detalhe que devemos observar é que as igrejas evangélicas de tradição também estão se esvaziando em razão do surgimento dessas novas denominações pentecostais. O que eu mais gostaria de ver é o evangelho sendo espalhado na prática, pois ainda presenciamos muita miséria, desigualdade, violência, desilusão e descriminação. Mesmo com o aumento de tantas igrejas ainda não se consegue espalhar o evangelho para todas as pessoas – lamenta.

[b]Fonte: Diário do Vale[/b]

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