Um filme sobre Jesus ambientado nos dias de hoje, e que deveria ser lançado durante a Páscoa na Itália, despertou a fúria da gigante do setor de bebidas Coca-Cola.

A companhia deu início a um processo contra os produtores do longa 7 Quilômetros da Gerusalemme (Sete Quilômetros de Jerusalém, em tradução livre para o português) devido a uma cena em que Jesus aparece bebendo uma lata do refrigerante.

Os produtores tiveram de adiar o lançamento do filme até que a disputa legal seja resolvida. O longa conta a história de um executivo do setor de publicidade em meio a uma crise existencial.

Durante a jornada do publicitário a Jerusalém, ele encontra um homem que usa uma túnica e sandálias e que afirma ser Jesus. Este homem parece ter todas as respostas certas para os dilemas morais do publicitário.

Cena polêmica

Durante a jornada no filme, há uma cena polêmica: Jesus entra em um carro e abre uma lata de Coca-Cola. Enquanto saboreia o refrigerante, o publicitário afirma: “Deus, que propaganda”.

O papa Bento XVI aprovou o filme e disse que gostou da “rica mensagem” que o longa pode passar aos cristãos. Mas a cena enfureceu a Coca-Cola na Itália. O braço italiano da gigante dos refrigerantes teme que qualquer tipo de propaganda contrária possa prejudicar a companhia por associação.

A Coca-Cola afirma que Jesus nunca poderia ser usado para fazer propaganda da bebida e escreveu uma carta aos produtores do longa exigindo o corte da cena.

O diretor Claudio Malaponti e os produtores do filme afirmaram que uma mudança no longa seria cara e levaria tempo. Mas, depois de uma semana de batalhas judiciais, os produtores e o diretor foram obrigados a adiar o lançamento, marcado originalmente para a Sexta-Feira Santa. Isso pode significar um atraso de três semanas caso o corte da cena seja feito.

E este não é o único problema dos produtores. No final da sessão de lançamento ocorrida nesta semana na Itália, um dos atores principais afirmou que não gostou da versão apresentada no cinema e agora o número de cópias pedidas para distribuição caiu de 150 para apenas 50.

Fonte: Estadão

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