[img align=left width=300]http://1.bp.blogspot.com/-wx_grZUEKL4/VAZSHSbCQoI/AAAAAAAAHzU/2ewmJX3gAAY/s1600/Estudiando-la-Biblia-2.png[/img]

É o livro mais lido, traduzido, produzido, distribuído e pesquisado de todos os tempos. E mesmo assim ainda tem sempre algo a se descobrir. A Bíblia, que significa “coleção de livros”, é formada por 66 ou 73 volumes (na versão adotada pela Igreja Católica). Divididos em Velho e Novo Testamento, datados de antes e depois de Cristo, respectivamente, os textos foram escritos em hebraico, aramaico e grego.

Nenhuma outra obra descreve o passado, fala sobre o presente e revela o futuro como ela. Apesar de seus primeiros escritos serem de 4 mil anos atrás, a Bíblia é mais atual do que nunca. Talvez isso explique seu êxito entre leitores de todas as idades, classes sociais e gêneros, como lembra Erní Seibert, secretário de Comunicação, Ação Social e Arrecadação da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), tida atualmente como a maior publicadora de Bíblias do mundo. “Apesar de ser muita antiga, a Bíblia trata de temas que mexem com todas as pessoas e aborda questões essenciais, como de onde eu vim, para onde vou, sem falar nas suas histórias, que fascinam gerações há décadas”, opina.

Erní acrescenta que, como a escritura sagrada tem os mais diversos autores e de vários ofícios, isso a torna mais próxima da realidade de todos. “Médico, pastor, pescador, rei. Não dá para precisar quantos e quem exatamente escreveu a Bíblia, mas o leque é extenso e diverso”, pontua.

Já para Antonio Geraldo Cantarela, professor do programa de pós-graduação em ciências da religião da PUC Minas e assessor do Serviço de Animação Bíblica da Editora Paulinas, o sucesso da Bíblia pode ser associado à marcante presença do judaísmo e do cristianismo no mundo ocidental. Segundo o especialista, essas duas tradições religiosas sempre guardaram, difundiram e protegeram seus escritos sagrados – “algumas vezes até com zelo excessivo”.

“Trata-se, de qualquer modo, de uma obra intimamente ligada à história e à identidade dessas duas religiões. A sua leitura continua servindo de orientação de vida para seus adeptos. Quem é religioso busca nesse livro a palavra de Deus. Mas o interesse pela Bíblia não se limita ao âmbito da religião. Ela pertence ao Ocidente. É referência da cultura ocidental”, conta. Ele cita costumes corriqueiros como, por exemplo, chamar o anel de casamento de aliança, que tem no texto a sua raiz. Cantarela afirma que há ainda outro aspecto a considerar: a Bíblia é cheia de textos literalmente muito bonitos e bem construídos: narrativas míticas, sagas, lendas, contos, parábolas e poemas.

De uns anos para cá, as editoras começaram a publicar também bíblias voltadas aos mais diversos públicos. Bíblia para o homem, para a mulher, infantil, para colorir, para a galera, e até a Bíblia GPS, que apresenta recursos que permitem ao leitor navegar e se localizar durante a leitura, fazendo a interligação entre diferentes passagens bíblicas. O teólogo Laudo dos Santos, responsável pelo departamento comercial da Esperança, uma das editoras que publicam alguns desses títulos, diz que a ideia de investir nesse filão é justamente pelo fato de a nossa sociedade ser plural. Para ele, o leitor final surge basicamente a partir das reais necessidades de cada um.

Em alguns casos, de acordo com o teólogo, o próprio público-alvo demonstra o desejo por uma obra a ele direcionado. Em outros, as editoras buscam identificar quem são e do que esses grupos precisam. “Homens, mulheres, jovens, crianças, idosos e adolescentes que atuam em distintas profissões participam de diferentes associações, têm gostos diferentes, vivem de formas diferentes. Uns gostam de estudos, outros preferem a visualização de dados estatísticos, mapas e tabelas. Alguns querem ter um comentário para entender melhor o texto, enquanto outros precisam de várias análises para fundamentar suas mensagens, pesquisas, trabalhos e estudos. É principalmente por esse motivo que, com frequência, são lançadas novas edições da Bíblia direcionadas a públicos específicos”, resume.

Já Erní Seibert, da SBB – entidade que produz um exemplar da Bíblia a cada três segundos – revela que a criação das bíblias especializadas é uma maneira até de estimular o gosto pela leitura, já que o livro sagrado tem aproximadamente mil páginas. “Imagina para uma criança ou um jovem ler um calhamaço assim. Ninguém anima. Quando surgiu, a Bíblia não foi escrita para alguém específico, mas para todos. O que a gente faz é adaptá-la para cada público. No caso da mulher, por exemplo, focamos em questões que têm a ver com a realidade delas e sempre com algum comentário mostrando uma visão feminina sobre determinada passagem”, comenta.

[b]Fonte: Diário de Pernambuco[/b]

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