Cristãos se reúnem clandestinamente em casas na China por não poderem frequentar igrejas. (Foto: Reprodução/Ásia News)
Cristãos se reúnem clandestinamente em casas na China por não poderem frequentar igrejas. (Foto: Reprodução/Ásia News)

A China abriga cerca de 21 milhões de muçulmanos – um número enorme, embora corresponda apenas a 1,5% da população total do país. Dez das 55 minorias étnicas da China são predominantemente muçulmanas.

Os cristãos desses grupos minoritários enfrentam muitos desafios – suas famílias e comunidades veem a nova fé como traidora de sua herança, e o governo também está reprimindo a fé religiosa entre os grupos minoritários. E, no entanto, o evangelho está avançando entre os muçulmanos na China.

Aynur* vive em uma cidade na parte mais ocidental da China, a caminho da Ásia Central, que mais se parece com uma parte do Oriente Médio, não com a China. Nas ruas, os homens usam chapéus muçulmanos e as mulheres usam lenços de cores vivas. Os braços e as pernas das mulheres estão totalmente cobertos, mas o governo chinês proibiu que ocultassem o rosto.

Os homens não têm permissão para usar longas barbas. Essa região é agora como um estado policial, com câmeras de vigilância em todas as ruas e dentro de conjuntos habitacionais.

Aynur decidiu deixar a fé muçulmana tradicional de sua comunidade para seguir Jesus, tornando-se uma cristã secreta. Ela enviou uma mensagem através de um amigo de que ela e os outros cristãos em sua casa estavam sozinhos e com fome de ensino bíblico e comunhão. Isso era tudo o que sabíamos sobre essa família. Foi por isso que Stephen*, um colaborador da Portas Abertas, foi se encontrar com eles.

Como é uma igreja secreta de ex-muçulmanos na China?

Na casa, estavam Aynur, na faixa dos 50 anos, a irmã de Aynur e a amiga da irmã, ambas com quase 40 anos, o sobrinho de Aynur e sua namorada, de cerca de 20 anos. Essa era a igreja doméstica de Aynur: apenas cinco pessoas. Eles não conhecem nenhum outro cristão na cidade. É claro que existem outros, mas ninguém declara abertamente ser seguidor de Jesus ali. Assim, a pequena igreja doméstica de Aynur se reúne fielmente a cada semana.

Durante a visita, Stephen compartilhou a palavra e eles oraram uns pelos outros. Até que a namorada do sobrinho de Aynur explicou que ainda não era cristã, mas estava lendo uma Bíblia em chinês e ouvindo o namorado e Aynur falar sobre Jesus há muitos meses.

Ela disse: “Antes de vir hoje, pedi a Deus que me mostrasse de uma vez por todas se Jesus é realmente o caminho da verdade e da vida. Repetidas vezes hoje, ouvi as palavras ‘isso é o que você estava procurando, é isso que você está procurando’. Agora sei que Jesus é o caminho e eu só preciso aceitá-lo pela fé”.

Não era seguro ficar mais de duas horas na casa, então Stephen teve que se despedir. Em lágrimas, Aynur agradeceu várias vezes e disse: “Quero que cresçamos na fé e quero compartilhar o evangelho com outras pessoas, mas me sinto muito inadequada. É muito difícil permanecer positiva, principalmente com toda a vigilância, mas o que aconteceu hoje me trouxe esperança. Precisamos de mais ensino e comunhão assim”. As palavras de despedida de Aynur na porta foram: “Por favor, volte!”.

*Nomes alterados por segurança.

Domingo da Igreja Perseguida 2020

“Por favor, volte” é o apelo de muitos cristãos ex-muçulmanos espalhados pelo mundo, que precisam de encorajamento para continuarem a crescer na fé e permanecerem firmes mesmo diante de toda pressão que enfrentam. Você pode fazer a diferença na vida deles. O foco do Domingo da Igreja Perseguida deste ano será os cristãos ex-muçulmanos. Ao cadastrar sua igreja para participar do DIP, você mostra seu amor de forma prática aos nossos irmãos, para que eles saibam que não estão sozinhos. Cadastre-se agora mesmo!

Fonte: Portas Abertas

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