A “oração pela conversão dos judeus” que havia sido abandonada pela Igreja Católica após o Concílio Vaticano II foi restaurada por Bento XVI em 2007.

O presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Renzo Gattegna, pediu nesta terça-feira a anulação da oração pela conversão de judeus que existe na liturgia da Sexta-feira Santa, antecedendo a Páscoa, segundo entrevista concedida ao jornal do Vaticano Osservatore Romano.

“A fim de continuar com as iniciativas destinadas à compreensão e amizade recíprocas, um gesto útil, necessário e, certamente, apreciado seria uma declaração aberta de renúncia da parte da Igreja a qualquer manifestação de vontade em converter judeus, acompanhada da eliminação deste voto da liturgia da Sexta-feira que antecede a Páscoa”, declarou Gattegna durante a entrevista.

A “oração pela conversão dos judeus” faz parte da missa da Sexta-feira Santa em ritual em latim abandonado pela Igreja Católica após o Concílio Vaticano II (1962-65). Mas a passagem foi restaurada por Bento XVI em 2007, como um gesto de abertura aos católicos tradicionalistas.

Ante a comoção criada na época por causa desta decisão, o Vaticano publicou um comunicado destacando que esta oração restaurada “não significava de maneira alguma uma mudança na atitude da Igreja para com os judeus, principalmente após a doutrina do Concílio Vaticano II”.

Para Gattegna, a anulação desta oração “representaria um sinal forte de aceitação de uma relação de igual para igual e respeito mútuo, condições indispensáveis para um futuro de amizade e solidariedade”.

Atualmente, durante a oração da Sexta-feira Santa, os católicos rezam “pela conversão dos judeus” e para que Deus “ilumine seus corações”.

A passagem já foi modificada em 1962 com a retirada da expressão “judeus pérfidos”.

[b]Fonte: AFP
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