O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, destacou neste domingo a defesa da identidade cultural dos muçulmanos e a promoção da integração desta comunidade na sociedade portuguesa como “um exemplo de convivência entre fiéis de várias religiões”.

“Sabemos todos que o Islã é uma religião de paz e de harmonia. Por isso, é importante sublinhar que em Portugal soubemos aprender a mensagem de paz do Islã. Esta é uma mensagem importante para toda a Europa, para uma Europa que queremos harmoniosa na convivência de religiões, sem renunciar à sua matriz cristã”, afirmou Cavaco Silva.

O chefe de Estado falava numa sessão comemorativa do 40º aniversário da comunidade islâmica de Lisboa, que teve lugar na Mesquita Central de Lisboa.

O Presidente da República defendeu que “os portugueses muçulmanos não têm de escolher entre serem portugueses e serem muçulmanos. Participam na vida coletiva e trabalham, como os outros portugueses, para o bem comum. Vivem a sua fé em liberdade, tal como os muçulmanos de outras nacionalidades que residem entre nós”.

“Tantos anos vivendo em comum ensinaram-nos a respeitar as crenças e as tradições que cada um abraça e Portugal pode mesmo ser apontado como um exemplo de convivência entre fiéis de várias religiões”, adiantou.

Mas “não basta que sejamos tolerantes. A tolerância, aliás, pode ser uma atitude que revela mera indiferença, pode significar viver na mesma terra mas de portas fechadas ao nosso vizinho. Ora, é o desconhecimento que abre portas à incompreensão mútua”, disse ainda.

O Presidente da República ressalvou também que “ainda há muito por fazer, muito por conhecer” no capítulo da convivência entre religiões.

Na qualidade de membro honorário da comunidade islâmica de Lisboa, Cavaco Silva terminou a sua intervenção citando o Alcorão: “Ó homens! Por certo (…) vos fizemos como nações e tribos, para que vos conheçais uns aos outros”.

Foi a primeira vez que o Presidente da República visitou a Mesquita Central de Lisboa, acompanhado pela primeira-dama, Maria Cavaco Silva.

A cerimônia contou igualmente com a presença do ministro da Justiça, Alberto Costa, e do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

Fonte: Lusa

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