Grupo internacional de líderes de igreja e especialistas no diálogo entre cristãos e muçulmanos, reunidos nesta cidade de 18 a 20 de outubro, enfatizou que as comunidades cristãs devem melhorar seu conhecimento sobre o Islã, ser bons vizinhos dos muçulmanos e oferecer testemunho de sua fé de forma adequada.

Convocada pelo Conselho Mundial de Igreja (CMI), a consulta destinada a desenvolver uma teologia cristã ecumênica de entendimento e diálogo com o Islã reuniu 50 líderes de igreja e especialistas no diálogo inter-religioso.

Os participantes reconheceram uma história “mista” de relações entre cristãos e muçulmanos, com conseqüências positivas e negativas. Cristãos vêem os muçulmanos como amigos e rivais, como vizinhos e forasteiros.

Os participantes concordaram com a prerrogativa de que o cristianismo ensina a amar o próximo, independentemente de raça, sexo ou religião.

Para que o diálogo entre as duas religiões seja produtivo, ele precisa estar pautado pela sensibilidade, incluindo um cuidadoso uso da linguagem tradicional cristã que utiliza palavras como missão, testemunho e conversão.

Enquanto as atitudes dos cristãos em relação ao Islã são diversas e ricas, diferentes contextos e experiências de convivência junto aos muçulmanos inspiraram diferentes enfoques teológicos.

A consulta identificou questões que devem ser trabalhadas para a continuação do diálogo com os muçulmanos, entre outros: os direitos humanos, a conversão, os conceitos de laicismo, o pluralismo, a cidadania, o uso dos símbolos religiosos, das ideologias políticas e da violência por motivos religiosos.

Os participantes também recomendaram que se dê continuidade à colaboração cristão-muçulmano sobre questões como a justiça social e econômica, mudança climática e paz.

Organizada pelo CMI em parceria com um número de Comunhões Cristãs, com a Aliança Evangélica Mundial e a Igreja Católica Romana, a consulta de Genebra deu continuidade ao processo ecumênico iniciado pelo CMI em resposta a “uma palavra comum”, carta assinada por 138 estudiosos muçulmanos e dirigida a líderes cristãos de todo o mundo em outubro de 2007.

Ao invés de produzir uma resposta por escrito à carta dos eruditos muçulmanos, o objetivo da consulta foi proporcionar um espaço para que as igrejas e comunhões das igrejas pudessem compartilhar iniciativas e recursos teológicos para a participação com os muçulmanos, bem como identificar questões de fundo para a teologia cristã na relação de cristãos e muçulmanos.

Os participantes destacaram a necessidade de seguir o caminho ecumênico de exploração teológica das questões relativas ao diálogo entre muçulmanos e cristãos. Relatório sobre a consulta, incluídas as apresentações entregues, será publicado no final deste ano.

Fonte: ALC

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