O indígena evangélico Rodolfo López, que vive em Ocosingo, Chiapas, apresentou queixa à Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) de sofrer perseguição religiosa, noticiou o jornal “El Universal”, edição de domingo.
Chiapas é um dos Estados mexicanos mais castigados pela intolerância e discriminação religiosa.
López relatou ao jornal que foi discriminado em duas ocasiões por professar sua fé. Disse que as autoridades da região querem que os problemas de intolerância religiosa sejam vistos como conflitos agrários.
O presidente da Organização Nacional de Advogados Cristãos, Alfonso Farrera, que recentemente apresentou projeto para evitar a discriminação por motivos religiosos, informou que há registros de pelo menos 200 casos de intolerância religiosa nas regiões indígenas.
A CNDH assegurou, segundo relatou a jornalista Liliana Alcántara, que dará seguimento às denúncias e solicitará informação às autoridades correspondentes e, se for o caso, emitirá uma recomendação.
Os casos de discriminação, violência e até deslocamento forçado de pessoas aparecem em repetidas ocasiões, em diferentes Estados. O diário relata o caso da família de Fortunato Velasco Pérez, que teve que fugir de sua terra.
Velasco Pérez “vivia no povo Campo Grande até que se converteu em pentecostal e a população o soube quando lhe pediram para cooperar na organização das festas religiosas católicas e ele se negou. Em outubro do ano passado, cortaram o serviço de energia elétrica e água potável da sua casa, depois lhe impuseram multa e dois de seus filhos foram detidos durante três dias por causas injustificadas. Foi assim que decidiu se mudar. Agora vive no município de Teopisca, longe de seu povoado”.
Outro caso semelhante ocorreu no dia 11 de fevereiro passado, quando três evangélicos de San Juan Chamula foram encarcerados durante 24 horas por convidarem ao povoado pessoas que professam o protestantismo, que, para os chamulas, é um crime.
A Organização Nacional de Advogados Católicos assegurou que todas essas denúncias foram arquivadas pelas autoridades. Por isso, solicitou a intervenção da CNDH, a fim de pesquisar e sancionar os responsáveis.
Fonte: ALC