Um pastor norte-coreano que foi perseguido pelo governo de seu país por causa de sua fé cristã disse que depois de fugir para os Estados Unidos, sua vida passou a parecer um “paraíso” em comparação com o “inferno” que ele experimentou no país isolado pela ditadura comunista imposta há décadas pela dinastia Kim Jon.
Choi Kwanghyuk, de 55 anos, fugiu da Coreia do Norte há vários anos e agora mora em Los Angeles, Califórnia, falou sobre a sensação de alíveio que tem agora.
“Há uma enorme diferença entre minha vida na Coreia do Norte e minha vida nos EUA”, disse ele à Fox News. “A vida na Coreia do Norte é o inferno e a vida na América é o paraíso”.
Ser cristão em um estado oficialmente ateu, onde o culto público é proibido, era incrivelmente perigoso, mas mesmo assim, o pastor se sentia compelido a compartilhar o evangelho com os outros.
“Não podemos elevar nossa voz, louvar a Deus durante o culto em nossa própria igreja. Não podemos cantar em voz alta durante uma o louvor… isso é muito difícil”, disse Choi. “Além disso, tínhamos que nos esconder para que outras pessoas não pudessem nos ver reunidos para o culto”.
Enquanto vivia na província de North Hamgyong, Choi iniciou uma igreja subterrânea, onde os congregados faziam seus cultos com apenas uma Bíblia, porque era a única que tinham.
“Havia cerca de nove pessoas”, disse ele. “Eu não podia fazer o trabalho missionário porque devemos manter o segredo sobre fazermos parte de uma igreja. Se essa informação vazasse, poderíamos enfrentar até mesmo a pena de morte”.
O pastor contou que a necessidade de fazer os cultos de forma secreta se tornou algo tão normal, que ele não imaginava mais como seria uma igreja que se reúne livremente.
“A província de North Hamgyong é muito fria. No inverno, cavamos um grande buraco e armazenamos kimchi [alimento típico da Coreia do Norte]. Às vezes, fazíamos alguns cultos lá. No verão, também realizamos alguns cultos na montanha ou no rio. Mas eu nunca tinha ouvido o termo ‘igreja subterrânea’ até chegar aqui [nos EUA]”, disse.
Em 2008, as autoridades da Coreia do Norte prenderam Choi o interrogaram sobre sua fé. Os interrogatórios eram frenquentemente seguidos de sessões de tortura.
Eventualmente, Choi decidiu tentar fugir, depois de saber que ele deveria ser enviado para um dos campos de trabalhos forçados da Coreia do Norte, onde os prisioneiros estão sujeitos a horríveis formas de tortura.
“Eu decidi fugir, porque pensei que uma vez que eles me enviassem para o outro campo, eles poderiam eventualmente me enviar para o campo de concentração ou me matar”, lembrou Choi. “Eu estava viajando de ida e volta entre a China e a Coreia do Norte, mas eles continuaram procurando por mim, e eu sabia que isso poderia colocar meus amigos em perigo também, então eu fui embora”.
Choi finalmente escapou para a vizinha China, e teve asilo concedido nos EUA em 2013. Ele viveu pela primeira vez em Dallas, antes de se mudar para Los Angeles.
Hoje, o pastor carrega cicatrizes físicas do difícil tempo de torturas na Coreia do Norte e hoje tem sua saúde debilitada como resultado dos ferimentos que teve pelas agressões que sofreu. Ainda assim, ele está decidido a dizer ao mundo sobre os abusos dos direitos humanos flagrantes no opressivo.
“Em primeiro lugar, todo humano deve ter o direito à liberdade”, disse ele. “Não há liberdade na Coreia do Norte. Por lei, eles têm liberdade de religião e liberdade de imprensa, mas a prática é muito diferente”.
A Coreia do Norte, agora governada por Kim Jong Un, é o lugar mais opressivo de todo o mundo para os cristãos, de acordo com um relatório recente da Missão Portas Abertas (EUA). Conforme os registros atualizados pela organização, estima-se que entre 30.000 e 70.000 cristãos sejam mantidos em situações degradantes, como por exemplo, em campos de trabalhos forçados.
Fonte: CPAD News