O corte do “dízimo” com o fim do convênio entre a Igreja Missão Atos e a ONG homônima, dirigida pelo advogado José Alberto Mazza de Lima, deixa em colapsto duas entidades assistenciais de Rio Preto: a Betel e a Missão Resgate.

A ONG é responsável pela Betel, que atende dependentes de drogas há 38 anos, e a Missão Resgate, responsável pelo atendimento de 130 crianças e adolescentes. As duas entidades têm prazo estipulado pelo CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) para se adequar. Elas correm risco de perder o registro no conselho e os repasses de dinheiro da prefeitura. “As duas precisam se adequar”, disse Emília Toledo, presidente do CMAS.

A disputa começou em abril deste ano. A igreja, dirigida pelo pastor Temístocles Pereira cortou repasse mensal de R$ 12 mil à ONG. A alegação era de que Mazza de Lima teria alugado a terceiros imóvel doado pela prefeitura em 2002.

O governo retomou a área em junho – e o prédio construído pela ONG, avaliado em R$ 1 milhão por decisão da Justiça. Depois de ficar seis meses sem repasse da igreja, o presidente da ONG afirma que não tem como fazer as adaptações determinadas pelo conselho.

A sede da entidade Missão Missão Atos foi transferida para a Resgate. Segundo o CMAS, o prédio no bairro Boa Esperança precisa ser reformado. O prazo estipulado foi de 120 dias.

“Não temos dinheiro. A igreja cortou o repasse”, afirmou Mazza. Segundo ele, a reforma ficaria em R$ 120 mil. Pior, é a situação dos funcionários das duas entidades que são “braços” da ONG Missão Atos.

Mazza diz que cerca de 30 funcionários das entidades estão com os salários atrasados. A despesa mensal com salários é de R$ 18 mil.

O pastor Temístocles afirma que a igreja repassava “pequenas ofertas” para a ONG. Ele refuta acusação de que as dificuldades decorrem do fim do repasse.

“A entidade também recebe verba pública. Quem sabe dos problemas da ONG é seu presidente”, disse o pastor.

Vereadores pretendem acompanhar o caso. “Vou pedir informações”, disse Jair Afonso (PMDB), da bancada evangélica.

Os apuros em que a ONG se envolveu

• Rompimento
Em abril a Igreja Missão Atos rompe com a ONG de mesmo nome. A entidade deixa de receber repasse de até R$ 12 mil por mês. Betel e Missão Resgate têm problemas financeiros com a crise

• Imóvel
Prédio que teria sido alugado pela Missão Atos é retomado pela prefeitura. Presidente da ONG, Mazza de Lima acusa a prefeitura de perseguição e diz que local está abandonado

Fonte: Bom Dia Rio Preto

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