Um milhão de pessoas foram deslocadas internamente em Burkina Faso, garante os dados do Conselho Norueguês para Refugiados. Apenas em 2020, 453 mil pessoas precisaram fugir das regiões onde moravam, um número cinco vezes maior do que no ano anterior.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a maioria de deslocados vem das regiões norte e leste do país e já foi forçada a fugir várias vezes. Cerca de 76% dos deslocados internos procuram refúgio no Centro-Norte do país e na área do Sahel.
Os grandes responsáveis pelos deslocamentos são os jihadistas, que agem com violência em nome do islamismo radical. Apesar de muitos burkinabes fazerem parte dos grupos extremistas, a maioria dos rebeldes chegou ao território em 2014, vindos do Mali. Em 2020, as consequências das 187 ações terroristas custaram a vida de 800 pessoas, explica a ONG Armed Conflict Location and Event Data Project.
Dentre as pessoas, que perambulam pelo país em busca de um lugar seguro, estão muitos cristãos como o pastor Joel*, que deixou Sebba logo após os assassinatos do pastor Omar Tindano, do filho e de dois sobrinhos dele. O pastor Woba* quase foi uma das vítimas no ataque e testemunha: “Naquele mesmo dia os sequestradores vieram à minha casa também. Quando soubemos que eles estavam por perto, era tarde demais para fugirmos, então eu, minha esposa e nossa filha apenas nos trancamos em casa. Quando chegaram, tentaram abrir a porta, mas não conseguiram”.
O pastor e evangelista Karim* complementa que na região entre Djibo e Dori não há igrejas abertas porque os cristãos fugiram para cidades como Kaya, Kongoussi, Sapouy, Djibo, Ye e Ouagadougou. Isso tem causado dificuldades para os seguidores de Jesus que passam pela área abandonada. “Eles sempre irão à igreja ao chegarem em busca de ajuda, o que torna difícil para eles se beneficiarem dos dons ou da ajuda distribuída, quando o local está fechado”, explica.
A COVID-19 em Burkina Faso
Entretanto, a violência não é a única coisa que ameaça as vidas dos habitantes de Burkina Faso. As poucas chuvas e medidas restritivas para conter a COVID-19 também agravaram a situação dos deslocados. Outro fator crítico é a insuficiência de profissionais de saúde, hospitais e laboratórios na luta contra o coronavírus, que já infectou 1.328 pessoas e causou 55 mortes, até o dia 26 de agosto. Mas os especialistas acreditam que o número de vítimas da doença possa ser bem maior do que os notificados.
A Portas Abertas tem assistido 872 famílias cristãs do Norte de Burkina Faso por três meses. Cada beneficiado recebe uma quantidade de arroz, milho, feijão e óleo equivalente para alimentação de todos por 30 dias.
Socorra a Igreja Perseguida afetada pela COVID-19
Compartilhe o cuidado de Deus com cristãos afetados pelo coronavírus em um dos 50 países elencados na Lista Mundial da Perseguição 2020. Ore e contribua para o sustento desses irmãos e irmãs em Cristo.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas