Para antropólogo, crença no sagrado existe e não precisa de mediadores. Grupo já soma 5% da população do estado e 8% da brasileira.
Cada vez mais cresce no país o número de pessoas que se consideram “sem religião”. Sem uma ligação religiosa com qualquer crença tradicional, elas se dizem mais felizes. No Rio Grande do Sul, esse grupo soma 5% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Não ter uma religião não significa a perda da fé. De acordo com o antropólogo Rodrigo Toniol, a crença no sagrado existe, mas não precisa de mediadores. Ela está dentro de cada um na forma de energia e espiritualidade.
“Quem se declara como sem religião é, sobretudo, jovem, com idade média de 26 anos. Eles não rejeitam valores religiosos, mas sim a institucionalidade ou até mesmo a mediação de sacerdotes o de uma igreja, por exemplo”, diz o estudioso.
Toniol, que faz parte do Núcleo de Estudos de Religião da UFRGS, diz que o fenômeno dos “sem religião” ganhou força nos últimos anos: o grupo aumentou 70% em duas décadas e hoje representa 8% da população brasileira, de acordo com o censo do IBGE.
“Há 8% de declarantes sem religião, o que significa que se eles fossem considerados como uma religião, seria a terceira maior do país, perdendo apenas para católicos e evangélicos. Espiritualidade e energia são duas palavras-chaves para entender este fenômeno”, explica o antropólogo.
O professor de educação física Tiago Frosi é um admirador da filosofia oriental e garante que encontra a energia na meditação. “É como se fosse essa ideia de que somos parte da natureza do universo, mas não apegado a à ideia de um Deus fora de nós, o qual temos que adorar. Acho que esta divindade, este sagrado, é parte de nós mesmos e de tudo o que está à nossa volta”, diz.
Frosi diz ainda que atualmente se sente mais feliz e mais conectado com os outros do que quando estava inserido em uma religião organizada.
O professor de artes marciais Rodrigo Leitão também buscou apoio em muitas religiões, e procurou tirar de cada uma aquilo que acreditava. “Eu acredito em tudo um pouco e ao mesmo tempo em nada disso, mas não sou sem fé. Eu tenho muita fé na física, por exemplo”, conclui.
[b]Fonte: G1[/b]