A análise confronta dados de 2011 e de 1989 – quando foi feita a última sondagem sobre o tema – e mostra o sensível aumento dos praticantes.

Uma comunidade jovem – cerca de 62% têm menos de 35 anos – e dinâmica, ancorada no tecido social, culturamente madura e sempre mais caracterizada pelo respeito da prática religiosa: esta é, em síntese, a fotografia dos 3 milhões e meio de muçulmanos que vivem na França, segundo uma recente pesquisa sobre a presença e a evolução do Islã no país, publicada pelo jornal La Croix, do Instituto francês de opinião pública, Ifop.

A análise confronta dados de 2011 e de 1989 – quando foi feita a última sondagem sobre o tema – e mostra, sobretudo, o sensível aumento dos praticantes: 71% dos muçulmanos entrevistados disseram, por exemplo, de farão jejum durante o mês do Ramadã, que teve início em 1° de agosto, contra 60% registrado vinte e dois anos atrás. O crescimento é confirmado pelo fato que, pela primeira vez, o número de muçulmanos que se consideram praticantes é maior em relação aqueles que se consideram apenas crentes – 41% contra 34%. A interpretação do termo ‘praticante’ é sempre muito subjetiva, contudo, na França, o percentual da população católica que frequenta a Igreja caiu aos 16%.

Segundo a pesquisa, publicada na última segunda-feira, o jejum durante o Ramadã é feito por 73% dos homens e 68% das mulheres. As duas faixas de idade que mais estão atentas aquele que é um dos cinco pilares do Islã são as que vão dos 18 aos 24 anos e aqueles que se encontram acima dos 50 anos.

Para Franck Frégosi, especialista na cultura do Islã e citado pelo jornal Francês, “o Ramadã é uma prática tanto cultural quanto relogiosa, respeitada pela comunidade, também por aqueles que não acreditam ou que não praticam mais”. Padre Christophe Roucou, diretor do Serviço Nacional para as Relações com o Islã da Conferência Episcopal francesa, afirma ainda que “a comunidade muçulmana transmite esta identidade”.

Quando as idas à mesquita às sextas-feiras, o percentual, principalmente entre os homens, saltou de 16% em 1989 para 25% em 2011. A considerar ainda que o número de Mesquitas cresceu muito nas últimas duas décadas: hoje são cerca de 2 mil os lugares de culto na França, que abrangem praticamente toda a comunidade muçulmana, concentrada sobretudo nas grandes áreas urbanas e industriais. A última mesquita, projetada pelo arquiteto italiano Paolo Portoghesi, foi inaugurada em Strasburgo, no início do Ramadã.

A pesquisa confirma que o uso dos véus – qualquer véu, não somente a burca, proibido na França em lugares públicos – é um costume da minoria das mulheres: cerca de 26% das mulheres praticantes usam, e somente 3% daquelas não-praticantes usam. É uma prática fortemente influenciada pela idade: 8% para as mulheres com menos de 35 anos e 30% para as mulheres com mais de 50 anos.

Diante de tantos números, continua incerta a quantidade de muçulmanos na França: pouco mais de 2 milhões para os institutos nacionais de estudos demográficos e estatísticas, três milhões e meio de acordo com o Ifop, seguramente entre 5 e 6 milhões para o Ministro das Relações Interiores, Claude Guéant. De qualquer maneira, a França é a casa da maior comunidade muçulmana da Europa.

[b]Fonte: Rádio Vaticano[/b]

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