Apesar de católicos representarem maioria dos eleitores, denominações evangélicas, que compõe 33,4% da população, são cobiçadas por canditatos a prefeito de Manaus.

Pelo menos dois candidatos a prefeito de Manaus admitem que irão dar “atenção especial” ao eleitorado de denominações evangélicas. O motivo é o crescimento do segmento que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já corresponde a 417.362 ou 33,4% da população da capital com idade para votar.

Pelos dados do IBGE, a Assembleia de Deus é a congregação evangélica com maior número de fiéis na capital. São 131.828 na faixa etária de 16 a 69 anos. Em seguida aparecem as Igrejas denominadas Batistas, com 38.805 fiéis, e em terceiro lugar, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), com 24.041, todos eleitores em potencial.

A Assembleia de Deus, por exemplo, tem como característica indicar candidatos e até mesmo dar apoio a candidaturas majoritárias. De olho nesse ‘nicho’, os candidatos Pauderney Avelino (DEM) e Sabino Castelo Branco (PTB) dizem que pretendem dialogar com o segmento. “Vamos conversar com pastores da Igreja Quadrangular, da Assembleia de Deus, com Renê Terra Nova (do Ministério da Restauração, de origem Batista)”, afirmou Sabino.

Pauderney, que tem como vice Ivo de Assis (PRB), membro da IURD, diz que não irá misturar política com religião, mas seu vice afirmou que a coligação terá propostas segmentadas. “Não posso divulgar agora por conta da estratégia eleitoral, mas vamos preparar um trabalho diferenciado com dez propostas”, afirmou.

[b]“Merecem atenção”
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Arthur Neto (PSDB) afirmou que o público evangélico merece atenção, mas não haverá uma estratégia específica de campanha. “Evangélicas ou não, as pessoas querem uma cidade bem governada. Vamos dar atenção mas nada que pareça explorar a boa-fé”, disse.

O candidato Serafim Corrêa (PSB) também tem o mesmo discurso, mas afirmou que a coligação PSB/PSOL ainda não definiu se terá estratégia para o segmento. DIÁRIO tentou contato com Vanessa Grazziotin (PCdoB), mas não obteve sucesso. Henrique Oliveira (PR) se mostrou contrário à ligação da política com religião.

Para o sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Luiz Antônio Nascimento, a busca de apoio é lícita mas diz que há um caráter subalterno dos seguidores. “Eles votam em quem os pastores pedem e as consequências, em geral, geram parlamentares sofríveis. Basta olhar para a bancada evangélica. O que ela contribuiu com os problemas da cidade? Nada”, disse.

[b]Fonte: D24AM[/b]

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