A “reunião de reconciliação” que recentemente aconteceu entre membros de um grupo muçulmano que atacaram uma escola cristã no Egito e os administradores da escola, foi nada menos do que uma tentativa de extorsão legalizada, disse a diretora
Membros de um grupo muçulmano invadiram uma escola cristã no mês passado sem nenhuma razão e fizeram duas freiras de refém. Inicialmente eles exigiram uma reunião para discutir a divisão de uma parcela do terreno da escola.
Magdy Melad, gerente da Escola de Idiomas Notre Dame na província de Aswan, disse ao Compass que apesar do risco de mais ataques, ele se recusou a atender às reinvindicações dos agressores. Se tivéssemos cedido, disse ele, seria um precedente para que mais ataques contra os cristãos acontecessem em Aswan, por isso se organizou um conselho, para que houvesse transparência e legitimidade na discussão do assunto.
“Se abrirmos mão disso para eles, eles vão querer levar todo o resto”, disse Melad.
Ele concordou em não processar nenhuma das centenas de pessoas que atacaram sua escola.
“A única coisa que tínhamos, o nosso direito, foi usado contra a nós”, disse Melad sarcasticamente, acrescentando ainda que a ameaça de violência futura o obrigou a fazer um acordo.
As reuniões de conciliação estão sendo realizadas em todo o Egito após incidentes de violência religiosa; o objetivo é que a paz possa ser restaurada. As reuniões são baseadas em tradicionais conselhos tribais árabes.
Os defensores das reuniões de reconciliação dizem que elas oferecem uma maneira mais fácil de aliviar as tensões religiosas existentes. Os que se opõem, como cristãos coptas e ativistas dos direitos humanos, dizem que os encontros são uma forma de pressionar ainda mais os não muçulmanos.
“É um momento muito difícil no Egito”, disse Melad.
A reunião de reconciliação ocorreu em 25 de março, com o governo local, membros do serviço nacional de inteligência e, representantes da policia, disse Melad. Quando eles saíram, o governador assegurou a Melad que ele não terião mais problemas.
Apesar disso, os cristãos da região ainda sentem muito medo com relação aos ataques que aconteceram recentemente. Muitos deles não saem de suas casas com medo de que algo ruim possa lhes acontecer.
[b]Fonte: Missão Portas Abertas via Compass Direct[/b]