Em Nablus, no norte da Cisjordânia, restam apenas 700 cristãos – há 40 anos eles eram 3.000. No ano passado, essa pequena comunidade cristã foi duramente atingida depois de comentários do Papa Bento XVI; quatro igrejas foram queimadas por fundamentalistas islâmicos.
“Nós estamos com medo”, explicou Jamal Mahmud, que trabalha na Igreja Ortodoxa Grega Poço de Jacó, em Nablus. Jamal conta que durante os dias de tumulto por parte dos mulçumanos, eles jogaram 25 coquetéis molotov contra a igreja, que sofreu apenas pequenos danos. “Quando alguém joga coquetel molotov em você é assustador”, declarou Jamal.
“O futuro será ainda mais perigoso para os cristãos”, acrescentou o Rev. Yousef Jibran Saade, líder espiritual da Igreja Católica Grega em Nablus. A igreja do Rev. Yousef foi bombardeada e cravejada de balas em 16 de setembro de 2006.
Não se sabe quem foram os autores dos ataques e ninguém foi preso. Assim como outros ministros do Evangelho na Cisjordânia, o reverendo disse que os ataques fizeram com que seus párocos considerassem se mudar para o exterior.
Em Gaza, seguindo a advertência do Papa, extremistas islâmicos bombardearam uma igreja Grega Ortodoxa de 1.400 anos de idade. Um grupo de freiras foi ameaçado e uma bomba foi colada do lado de fora de uma igreja.
Impunidade
O reverendo Dahoud Dimitry, que liderava a paróquia São Jorge da Igreja Ortodoxa Grega em Tulkaram, incendiada em 16 de setembro de 2006, em um ataque criminoso, lembra que, até agora, ninguém foi preso ou processado pelo incêndio criminoso que ocorreu depois que extremistas jogaram gasolina ao redor da igreja e em seu altar.
A igreja foi reconstruída, mas não tem dinheiro para contratar segurança ou instalar câmeras. Durante o incêndio, todos os bens da igreja foram destruídos pelo fogo, exceto uma Bíblia.
“Tínhamos duas relíquias do século XV que foram destruídas. Tínhamos uma pequena biblioteca e a coisa mais importante de todas, para nós, um registro com o nome de todos os cristãos que já viveram em Tulkaram. Tudo foi queimado e agora não temos nenhuma lembrança de nossos antepassados”.
Fonte: Portas Abertas