Os cristãos, em meio à maioria muçulmana em Bangladesh, não se consideravam uma minoria até os ataques começarem, de acordo com o site de notícias The Wire.
Dhiriti Rani Gomez, de 34 anos, disse que “não se sentia membro de uma comunidade minoritária no país por grande parte de sua vida. Mas nos últimos anos, esse sentimento mudou”.
A comunidade cristã de Barisal, a que Dhiriti sempre pertenceu, foi atacada em 2016 e sua terra ocupada ilegalmente por um grupo imobiliário. “Depois do ataque, as coisas mudaram em Barisal entre os cristãos”, disse a cristã ao site.
Os cristãos em Bangladesh, que representam 0,5% da população de 166 milhões de pessoas, enfrentam discriminação de seus vizinhos muçulmanos e do governo.
Apropriação de terras e violência são dois dos problemas que geralmente cristãos tribais enfrentam.
De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2019, eles encaram vulnerabilidade dupla, já que pertencem a minorias étnicas e religiosas.
Outro grupo que enfrenta perseguição severa são os convertidos do islamismo, hinduísmo, budismo ou outro contexto tribal ou étnico. Eles sempre se reúnem em pequenas igrejas domésticas ou grupos secretos por medos de ataques.
No último sábado (19), depois da meia noite, Nasima Begam e seu marido, foram acordados por gritos vindos de fora de sua casa. “Leve os cristãos embora” e “Nós vamos matar vocês agora”.
O casal, que vivia na vila de Chargorak Mandop, no distrito de Kurigram, no nordeste de Bangladesh, era islâmico e se tornou cristão há 10 anos. Com o tempo, eles abriram uma igreja perto de sua casa. Um de seus vizinhos, Afan Ali, ficou sabendo da conversão.
“Ele ameaçou nos matar se não renunciássemos nossa fé em Cristo e voltássemos para o islamismo”, Nasima contou. Ultimamente, o casal foi isolado pela comunidade.
No sábado à noite, um grupo liderado por Afan Ali se aproximou de sua casa e começou a atacá-la. Eles saquearam a igreja, destruindo Bíblias e hinários, e a casa do casal.
Em meio ao caos, pegaram os filhos e fugiram para salvar suas vidas.
A família prestou queixa na polícia, mas está vivendo escondida, temendo por suas vidas. Não é possível voltar para a casa porque os agressores araram a terra e plantaram milho.
Fonte: Portas Abertas