Cristãos libaneses estão sendo sacudidos por diversas explosões, diante da iminente perspectiva de guerra civil. As igrejas têm feito vigílias e orações.
O ex-presidente Ameen Gemayel, que também é líder de um partido político cristão, disse que os cristãos libaneses devem ser retaliados diante do atual levante promovido por militantes islâmicos.
Ontem, o Departamento de Estado dos Estados Unidos pediu aos americanos que adiem suas viagens ao Líbano devido às novas ondas de violência e ameaça dos extremistas contra os alvos ocidentais, principalmente cristãos.
Na quarta-feira, dia 13 de junho, o deputado libanês Walid Eido foi morto junto de outras nove pessoas após a explosão de um carro-bomba. O atentado agravou a tensão com a Síria e aprofundou a crise política no Líbano.
Walid Eido foi a sétima personalidade anti-Síria assassinada desde fevereiro de 2005, quando o ex-premiê Rafik Al Hariri foi morto na explosão de um caminhão-bomba.
No coração dos cristãos
O ataque de quarta-feira aconteceu depois de uma bomba explodir em Zouk Mousbeh, a cerca de 20 quilômetros de Beirute, e próximo da cidade cristã de Jounieh, matando pelo menos um homem e ferindo outros três, segundo levantamento da BosNewsLife.
Os confrontos têm se intensificado no campo de refugiados Naher al-Bared, no norte do Líbano, onde o Exército combate o Fatah al-Islam (ligado à Al-Qaeda), que iniciou uma ofensiva contra os cristãos dali.
O Exército já enfrenta os militates islâmicos há três semanas no campo de refugiados palestinos, o que já provocou mais de 144 mortes, na pior onda de violência interna desde o fim da guerra civil (1975-90).
Oficiais cristãos que estão em Naher al-Bared confirmam que os ataques parecem ser encomendados especialmente aos cristãos.
Profissão perigo: fugir das bombas
Naji Daoud, diretor do SAT-7 no Líbano, uma rede de transmissão cristã de canais de televisão via satélite, disse à agência de noticias MSN que as explosões atingiram inúmeros membros da rede.
“Nossa profissão agora é dirigir de casa para o trabalho sem sermos atingidos pelas bombas”, disse ele.
“Quando chegamos em casa, nossas filhas e filhas choram ao ver que felizmente não fomos feridos”, contou Naji.
Recentemente, segundo ele, uma bomba explodiu a apenas uma rua da casa de um membro cristão da rede, deixando ao redor dez feridos.
Governo de união
Ontem, a oposição cristã no Líbano dirigida pelo general Michel Aoun reiterou seu apelo a um governo de união e se disse disposta a participar da reunião entre os diversos movimentos libaneses prevista para o fim do mês na França.
“A solução para preservar o Líbano é a formação de um governo de união”, declarou à imprensa o líder do bloco parlamentar do Hezbollah, Mohammad Raad, depois de uma reunião com o general Michel Aoun.
O Líbano ainda possui marcas profundas da guerra civil de 1975 e 1990. Mais de 100 mil pessoas foram mortas e outras 100 mil ficaram seriamente feridas. Cerca de um milhão de pessoas, o que representa um quinto da população, fugiu para outros países.
Fonte: Portas Abertas