Após o encontro do presidente americano, Donald Trump, com o presidente norte-coreano, Kim Jong-un, alguns cristãos norte-coreanos falaram sobre o que eles esperavam dessa reunião histórica. De acordo com o presidente Trump, direitos humanos foi um dos assuntos discutidos.
O cristão Simon* diz que manter o relacionamento entre os dois países é muito importante, mas que precisam saber que acordos foram assinados para saber em que direção isso levará. “Temos que orar e advogar para que os direitos humanos não sejam negligenciados. Um acordo de paz e desarmamento nuclear seriam grandes resultados, mas isso não pode acontecer sem que se trate da situação das pessoas em prisões e em campos de trabalhos forçados, e daqueles que têm que esconder a fé em Jesus Cristo”, ressalta.
Hea Woo*, outra cristã norte-coreana, que passou vários anos em um campo de trabalhos forçados e cujo marido morreu na prisão por causa da fé, acha que temos que tomar cuidado para não sermos enganados. “A família Kim não vai mudar de uma hora para outra. Mas Deus transforma as pessoas pelo seu poder. Vamos orar para que se a Coreia do Norte tem algum plano escuro, que seja revelado”, diz a cristã perseguida que esteve no Brasil em 2015.
O marido de Yong Sook* também morreu na prisão e hoje ela mora na Coreia do Sul, onde prepara cristãos norte-coreanos refugiados para retornar algum dia. Ela diz que assistiu a reunião dos presidentes com profundo ressentimento e desconfiança. “Até agora nenhum líder da Coreia do Norte realmente cuidou do seu povo. Eles o deixam passar fome até morrer. Por quê? Porque não querem abrir mão das armas nucleares. Eles precisam delas para sobreviver e para a manutenção do desejo de Kim Jong-un. Talvez ele abra mão se sua manutenção no poder for garantida. Mas até quando esse regime vai permanecer no poder depois de o país abrir as portas?”, questiona.
John Choi*, um cristão norte-coreano que agora vive no Reino Unido espera que haja desenvolvimento econômico que abra caminho para mais liberdade para o povo – liberdade de pensamento, oportunidade e religião. “Eu acho que é provável que leve de 25 a 30 anos, mas em vista dos comentários de Trump hoje, também espero que seja mais rápido que isso”, acrescenta.
Esta foi a primeira vez na história que líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se encontraram pessoalmente. O objetivo é chegar a um acordo sobre desnuclearização da Coreia do Norte, em troca de alívio econômico para o país, que hoje tem sanções dos EUA e da ONU. Os dois presidentes assinaram um documento que consiste em quatro pontos: 1) EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo pela paz e prosperidade de seus povos; 2) Os dois países unirão esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na Coreia do Norte; 3) Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete a trabalhar em direção à completa desnuclearização do país; 4) Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra, incluindo a imediata repatriação dos que já foram identificados. Continue orando pela Coreia do Norte e a sua Igreja.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
Fonte: Missão Portas Abertas