Algumas centenas de cristãos protestaram no início de março, na cidade Erbil, contra a decisão da Suprema Corte do Iraque de considerar “inconstitucionais” as onze cadeiras de minorias curdas no Parlamento. Seis das onze vagas eram destinadas a cristãos. Ao todo, o Parlamento tem 111 membros, mas, em breve, deve passar a ter 100 lugares.
A comunidade cristã iraquiana ficou indignada com a decisão e, por isso, tomou as ruas. Eles caminharam entre Ainkawa e um subúrbio na cidade de Erbil onde muitos cristãos moram e levavam cartazes com texto acusando os políticos atuais de “falhar no exercício da coexistência e dos direitos humanos”. Outros diziam “cristãos estão em grande perigo por causa da decisão injusta e inconstitucional da Corte Federal”.
Segundo a agência de notícias Rudaw, “representantes dos territórios curdos na região da Assíria, Caldeia, Síria e Turquia se uniram para entregar uma declaração em que solicitaram que a Suprema Corte volte atrás na decisão e garanta que apenas as minorias tenham direito a decidir os assentos reservados pela cota”. Anteriormente, os 11 assentos eram ocupados por cinco turcos, cinco cristãos de origem assíria, caldeia ou siríaca e um cristão de origem armênia.
Boicote às eleições
Na semana passada, um partido cristão anunciou que fará um boicote às eleições parlamentares, agendadas para 10 de junho. Outros seis partidos cristãos se juntaram ao movimento essa semana. “Jinan Jabbar, líder do parido nacional da Caldeia, leu em uma conferência de imprensa uma declaração do partido e de alguns candidatos cristãos anunciando o boicote às eleições parlamentares em Erbil”.
Jinan Jabbar também afirmou que a decisão das autoridades de excluir as cotas das vagas é uma “grande injustiça” e “uma grande violação dos direitos das minorias”. O líder também afirmou que o boicote foi decidido após uma série de reuniões frustradas com as autoridades federais, incluindo o presidente do Iraque.
Ao declarar que as cotas são inconstitucionais, o acesso de candidatos turcos e cristãos ao Parlamento iraquiano torna-se quase impossível. As próximas eleições estão marcadas para 10 de junho e a comunidade cristã iraquiana conta com nossas orações para que não seja ainda mais excluída e marginalizada da sociedade.
Fonte: Portas Abertas