O sequestro de um jornalista francês, no final de abril, pelo movimento de guerrilha da Colômbia, a FARC-EP, voltou a ser destaque nos noticiários do mundo inteiro, fazendo-nos volver os olhos para a província de Caquetá no sul do país

Há vários anos, servindo como base fundamental para os grupos guerrilheiros do Sul da Colômbia, Caquetá é uma verdadeira fonte de financiamento para as ações dos rebeldes esquerdistas, que ali cultivam coca e fabricam a cocaína no intuito de promover o comércio ilegal de drogas.

Caquetá é uma das regiões rurais mais perigosas da Colômbia e o lugar onde cristãos enfrentam severa perseguição. Vivendo cerca de 600 Km ao sul de Bogotá (capital do país), os cristãos de Caquetá se vêem no meio de um conflito armado entre as milícias rebeldes e as forças do governo, que já dura há décadas.

Desde o início de 2012, os rebeldes têm provocado constantes ataques contra civis na província de Caquetá, em um esforço para intimidar e aterrorizar a população. Suas estratégias incluem matar famílias inteiras, jogar explosivos em postos do exército e da polícia, colocar bombas em animais e pessoas, e explodir minas estatais. As milícias também pressionam o governo para que devolva os rebeldes presos pelo exército em troca dos reféns sequestrados pelos guerrilheiros.

Os líderes, pastores e as famílias cristãs espalhadas pelas cidades e aldeias de Caquetá têm dito aos colaboradores da Portas Abertas que os guerrilheiros das FARC proibem rigorosamente qualquer tipo de atividade religiosa, e as reuniões de oração e louvor nas casas estão se tornando cada vez mais difíceis, mesmo em silêncio. Além disso, não podem abrir novas igrejas.

Os rebeldes tambem estão impedindo os estrangeiros, que não moram na província, de visitar a região e, proibem os líderes das igrejas e familiares de fazer visitas para encorajar e fortalecer os cristãos locais.

Em um vilarejo perto da cidade de Montanita, um membro das Assembléias de Deus viu-se encurralado, no final de janeiro, entre os guerrilheiros que ocuparam sua casa e as tropas do exército que foram até o local.

Quatro rebeldes estavam ameaçando Luis Diaz* e sua família na aldeia União Peneya quando forças do exército chegaram. Apesar de dois dos rebeldes conseguirem escapar, os outros dois foram pegos escondidos debaixo da cama. Quando os soldados prenderam os rebeldes, eles afirmaram que as armas pertenciam a Diaz.

Sem saber em quem acreditar, o exército tambem prendeu Diaz, levando-o para uma base militar próxima, depois o levaram de helicóptero para Florência, a capital da província. Após uma investigação profunda, o Exército confirmou que Diaz não era o dono das armas apreendidas, nem que ele tinha qualquer ligação com os rebeldes, mas que ele fora vítima de uma invasão domiciliar pelos guerrilheiros.

Com o passar do tempo Diaz retornou para casa, mas já havia perdido seu emprego. De acordo com sua esposa Claudia Suarez*, cavalos com bombas implantadas explodiram em dois incidentes separados, perto da fazenda onde Diaz trabalhava.

Outra forma de intimidação é o recrutamento forçado de jovens para as fileiras das milícias. Muitos pais têm medo de perder seus filhos para os grupos guerrilheiros e na maioria das vezes não sabem o que fazer diante de tal situação.

* Pseudônimos

Pedidos de oração

• Ore pelos pastores de Caquetá, pelos cristãos e suas famílias, para que tenham uma fé renovada a cada dia e possam experimentar a proteção de Deus.

• Ore pelas necessidades financeiras dos cristãos e de suas igrejas nesse ambiente hostil.

• Ore contra a corrupção e violência que assola esta província.

[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]

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