A discussão sobre a blasfêmia esquentou depois que 41 pessoas foram presas em Malang (província a leste de Java) sob a alegação de blasfemarem contra o islã.

Segundo o chefe de polícia local, os presos são membros da Agência de Serviços para Estudantes Indonésios, uma organização que representa vários grupos protestantes. Outras 60 pessoas do grupo estão sendo procuradas pela polícia.

A blasfêmia é uma dentre outras questões importantes que beiram o escrutínio público. É uma ofensa que pode ser punida quando envolve ataques à origem étnica, religião, raça, cor da pele e grupo social.

A polícia está investigando as 41 pessoas que participaram da elaboração de um vídeo polêmico que circulou durante algumas semanas. A gravação de uma hora, feita por membros da Agência de Serviços para Estudantes Indonésios, mostra pessoas vestidas como muçulmanos orando e cantando músicas cristãs ao fundo.

Um sacerdote cristão aparece conduzindo a pregação, apontando o dedo a uma cópia do Alcorão e dizendo que “esta é a fonte de todo o mal na Indonésia, de violência e terrorismo”.

De acordo com a polícia, acredita-se que o a gravação tenha ocorrido no hotel Batu”s Asida, entre os dias 17 e 21 de novembro do ano passado.

Todos os detalhes estão sendo apurados. Estima-se que as pessoas tenham fugido para Bali e a província de Nusa Tenggara.

Um porta-voz da Agência de Serviços para Estudantes Indonésios confirmou a existência do vídeo, mas não quis comentar o conteúdo. Ele disse a repórteres que foi uma iniciativa pessoal do grupo do leste de Java.

A polícia está em contato com líderes religiosos em Probolingoo e Malang para evitar problemas como um levante violento.

O Conselho de Ulemás classificou o vídeo como blasfêmia e chamou-o de retrocesso. Apesar disso, a situação parece estar sob controle.

O leste de Java é conhecido por ser uma fortaleza de islâmicos moderados, onde vivem muitos membros do Nahdlatul Ulama, a maior organização muçulmana da Indonésia.

Fonte: Portas Abertas

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