Os cristãos de um vilarejo, na província de Punjab, estão lutando para salvar seu cemitério que existe há décadas; ele foi confiscado e transformado em fazenda de um coronel do exército aposentado, disseram as fontes.
Por causa da influência do ex-coronel, a polícia se recusou a responder à queixa feita pelos cristãos da vila de Wala Bhondary, em Narang Mandi, apesar das ordens de altos funcionários do governo.
Rehmat Masih, um cristão local, disse que o coronel Farrukh Alam, reinvindicou a propriedade de 150 acres de terra e fez ameaças aos cristãos da região, caso não desocupem o local. O cemitério, que foi construído antes da separação do Paquistão do território da Índia, já havia diminuído para cerca de um terço do seu tamanho original, depois que o coronel aposentado o cercou, delimitando seu espaço.
Masih disse que os cristãos foram à polícia de Narang Mandi, depois de o coronel Alam profanar as sepulturas em 24 de abril, mas os policiais se recusaram a registrar a denúncia.
O oficial do Exército aposentado reconheceu que a terra originalmente havia sido estabelecida como um cemitério cristão, mas que a propriedade fora desclassificada, como tal, e vendida em 1983.
“Neste momento não há indícios, no entanto, os túmulos continuam lá”, afima Alam.
Ele disse que a propriedade pertence a ele há muitos anos. “Eu cerquei e delimitei o espaço do cemitério, limitando-o a três kanals [505.857 metros quadrados] cerca de dois anos atrás, o restante da terra está sendo usado para fins agrícolas”, disse ele.
Alam negou que tivesse profanado as sepulturas cristãs, alegando que os cristãos estavam sendo usados por um membro da seita islâmica Ahmadia, considerada herética por muitos muçulmanos. Ele afirmou que “o Ahmadi” estava usando os cristãos para se opor a ele, por não ter tratado os membros desta seita, como muçulmanos verdadeiros.
O legislador provincial, Khurram Gulfam, membro da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz, disse que pediu a seu tio para que os cristãos utilizem o terreno como cemitério deles, mas que o coronel insiste em ficar com a posse da terra.
Masih disse que Alam o estava ameaçando e também a outros cristãos da vila, e que a disputa foi alimentada pelas tensões religiosas na região. Em 11 de maio, cerca de 100 cristãos da região foram a Lahore para protestar contra a falta de providência da polícia nesse caso.
Os cristãos retornaram para sua aldeia depois de receber outra garantia de que o governo estudaria o assunto.
[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]