Carta a religiosos, divulgada ontem, em que Dilma diz ser contra o aborto e defende a família trará de volta os votos de evangélicos, acredita o senador reeleito, Marcelo Crivella.
Para o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB-RJ), da Igreja Universal do Reino de Deus, a carta ajudará a trazer de volta os votos de evangélicos que torceram o nariz para Dilma no primeiro turno.
Principalmente por causa do item 5, onde ela indica que poderá vetar artigos do projeto de lei que criminaliza a homofobia e é repudiado pela classe evangélica.
“Existem exorbitâncias inconvenientes no projeto que ela vai vetar, como impedir que padres e pastores critiquem o homossexualismo, considerado pecado pela Bíblia. As pessoas são livres para se manifestar, uma lei não pode proibir isso, é absurdo. Assim como não se pode permitir a expressão de afetividade em locais públicos. É uma questão de comportamento pessoal, uma lei não deve versar sobre isso”.
O senador frisou que o projeto 122, da ex-deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) e à espera de votação no Senado, tem pontos positivos, como punição rigorosa à violência física contra homossexuais.
Já o presidente da Associação de Pastores, Obreiros e Igrejas em Obra de Restauração (Apoiort), Elielberth Falcão, ainda não crê que Dilma, caso seja eleita, vete esses pontos. “Os parlamentares do PT estão unidos para aprová-lo do jeito que está e ela é muito fiel ao partido”, opinou o pastor, classificando a carta como jogada estratégica de Dilma para recuperar votos. “Não creio que ela seja contra o aborto, como escreveu. A Dilma não esperava ir para o segundo turno e agora está desesperada”.
Na comunidade gay, a mensagem foi bem recebida. “Achei o texto muito razoável”, resumiu Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. “Ela diz na carta que vai sancionar o projeto. É o que estamos querendo”, completou Júlio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT.
[b]Fonte: O Dia[/b]